Rimsha foi acusada por vizinhos muçulmanos de queimar textos religiosos islâmicos e por isso foi presa, mas ontem o oficial de polícia Munir Hussain Jafri disse que um clérigo foi detido depois de testemunhas terem informado que ele rasgou páginas do Alcorão e as colocou na bolsa de Rimsha, ao lado de papéis queimados. O imã Khalid Jadoon Chishti apareceu brevemente em um tribunal ontem antes de ser enviado à prisão preventiva por um período de 14 dias. Hoje haverá uma audiência sobre a libertação de Rimsha sob fiança.
O caso trouxe de novo à tona a lei antiblasfêmia, segundo a qual qualquer pessoa que falar mal do Islã e do profeta Maomé comete crime punível com a pena de morte. Ativistas e grupos de defesa dos direitos humanos dizem que a terminologia vaga da lei leva ao seu uso indevido e que ela discrimina perigosamente os grupos minoritários do país.
Críticos das autoridades paquistanesas afirmam que elas estão preocupadas demais com uma reação extremista e, por isso, não se pronunciam contra a lei, em uma nação onde o conservadorismo religioso é cada vez mais dominante. Em janeiro de 2011, o governador da província do Punjab, Salman Taseer, foi assassinado pelo próprio guarda-costas porque havia defendido a reforma da lei antiblasfêmia.