Clinton, um dos ex-presidentes americanos mais populares da história do país, subirá ao pódio do Time Warner Arena de Charlotte às 22H30 (23H30 de Brasília) para convencer os 6.000 delegados de que o plano econômico e social de Obama é o correto para a maioria e por isso merece mais quatro anos na Casa Branca.
Os democratas esperam que Clinton recrie o clima de êxtase que provocou na terça-feira à noite, Julián Castro, jovem estrela e prefeito de San Antonio, Texas, e depois da primeira-dama Michelle Obama, ambos com discursos diferentes, mas que coincidiram em ressaltar a figura da atual presidente como um homem comum, que quer o bem-estar social no país.
Clinton não falará nada além disso: "Esta eleição para mim é sobre qual candidato está mais próximo de trazer de volta a época do pleno emprego. É uma eleição clara", lança o ex-presidente em uma série de avisos divulgados antes de seu discurso.
"O plano republicano é cortar mais impostos das pessoas com altas receitas e voltar à desregulação. Isso foi o que nos colocou em problemas", afirma.
Por outro lado, "o presidente Obama tem um plano para reconstruir os Estados Unidos de baixo para cima, investir em inovação, educação e capacitação trabalhista. Isso funciona somente se houver uma classe média forte. Foi o que aconteceu quando eu era presidente. Temos que seguir em frente com seu plano", disse Clinton, que comandou o país entre 1993 e 2001, anos lembrados pela bonança entre a classe trabalhadora.
"Conheço muito bem meu marido e sei o que quer para o povo norte-americano, sei que foi um presidente extraordinário e que temos que voltar a elegê-lo", disse nesta quarta-feira o grupo de delegados hispânicos (caucus) no Centro de Convenções de Charlotte.
A primeira dama prometeu que seu esposo continuará lutando para aprovar a lei Dream Act, que abriria o caminho para a legalização de estudantes ilegais e pediu o apoio "crucial" do voto latino.
O discurso de aceitação da candidatura, previsto para ser uma festa para uma multidão, com participação da atriz de origem mexicana Eva Longoria e do cantor Mark Anthony, no estádio aberto da cidade, Bank of America, teve que mudar de cenário diante das previsões de mal tempo para quinta-feira à noite.
O Bank of America, tem capacidade para 73.000 pessoas, já o centro da convenção conta apenas com 13.000 lugares.
Alguns rivais republicanos da campanha de Obama não tardaram em relacionar esta mudança logística com a suposta falta de entusiasmo entre os simpatizantes democratas e alguns se atreveram a garantir que a mudança de um estádio grande e aberto seguia mais o temor de não preenchê-lo que ao mau tempo anunciado pelos meteorologistas.
Enquanto isso, nas principais redes de televisão como nos corredores do centro de convenções de Charlotte, delegados, assessores de campanha democratas e políticos não pouparam elogios para o prefeito texano, Julián Castro, apelidado "o Obama latino", por suas enérgicas palavras na terça-feira quando se transformou no primeiro hispânico a oferecer o discurso principal da abertura da convenção democrata.
"Um grande futuro político espera Julián; esta noite ele esteve simplesmente magnífico e soube expressar perfeitamente as diferenças entre o plano oferecido por Mitt Romney e do presidente Obama", disse nesta quarta-feira, Ken Salazar, secretário do Interior do atual governo, sem descartar que o prefeito chegue um dia à presidência dos Estados Unidos.