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Estado de Minas

Protestos contra filme anti-Islã matam embaixador americano na Líbia


postado em 12/09/2012 10:40 / atualizado em 12/09/2012 11:16

Consulado foi incendiado e pilhado(foto: STRINGER / AFP)
Consulado foi incendiado e pilhado (foto: STRINGER / AFP)

O embaixador dos Estados Unidos na Líbia, Christopher Stevens, e outros três funcionários americanos morreram em um ataque contra o consulado do país em Benghazi, executado na terça-feira à noite por homens armados que protestavam contra um filme americano de teor anti-islâmico.

As mortes, no 11º aniversário dos ataques de 11 de setembro de 2001, foram condenadas pelo presidente Barack Obama.

"Eu condeno com firmeza o ultrajante ataque a nosso consultado em Benghazi, que tirou as vidas de quatro americanos, incluindo o embaixador Chris Stevens", afirma Obama em um comunicado divulgado pela Casa Branca.

"Neste momento, o povo americano tem as famílias daqueles que perdemos em seus pensamentos e orações", completa.

"Eles exemplificaram o compromisso dos Estados Unidos com a liberdade, justiça e parceria com nações e povos ao redor do planeta, em forte contraste com aqueles que insensivelmente tiraram suas vidas".

"Eu ordenei a minha administração que forneça todos os recursos necessários para apoiar a segurança de nossos funcionários da Líbia, e para aumentar a segurança de nossos postos diplomáticos em todo o planeta", destaca Obama.

O governo da Líbia pediu desculpas aos Estados Unidos pelas mortes. "Apresentamos nossas desculpas aos Estados Unidos, ao povo americano e ao mundo inteiro pelo que aconteceu", afirmou em Trípoli Mohamed al-Megaryef, presidente do Congresso Geral Nacional (CGN), principal autoridade política da Líbia.

"Estamos ao lado do governo americano em relação aos assassinos", disse Megaryef, que classificou o ataque de "covarde".

O ataque aconteceu na véspera da eleição do chefe de Governo do CGN, que terá como missão criar um exército e uma polícia profissionais.

O vice-premeir líbio, Mustafah Abu Shagur denunciou "atos barbárie".

Embaixador morreu asfixiado Em protesto contra o filme que consideram ofensivo para o islã, os manifestantes armados atacaram na terça-feira à noite o consulado e lançaram foguetes contra o edifício.

Testemunhas contaram que os manifestantes arrancaram a bandeira americana da representação e atearam fogo no consulado. Em seguida foram registrados confrontos entre as forças de segurança e homens armados.

Outra testemunha disse que havia salafistas entre os manifestantes e citou atos de vandalismo.

Bombas artesanais foram usadas no ataque. O consulado foi incendiado e depois pilhado e vandalizado, segundo as testemunhas.

O embaixador Chris Stevens e os três funcionários morreram provavelmente sufocados por monóxido de carbono, segundo uma fonte da segurança.

Surpresos com a violência do ataque, membros dos serviços de segurança líbios, que protegiam o consulado, abandonaram o local.

O filme também provocou protestos diante da embaixada americana no Cairo, onde os manifestantes substituíram a bandeira dos Estados Unidos por um símbolo islâmico.

Segundo o Wall Strett Journal, o filme, com o título "Innocence of Muslims" ("A inocência dos muçulmanos"), foi realizado pelo americano-israelense Sam Bacile.

Depois da manifestação no Cairo, ele declarou ao jornal que o "islã é um câncer". Antes do anúncio da morte do embaixador, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, havia informado a morte de um agente do Departamento de Estado.

"Alguns tentaram justificar este brutal comportamento, apresentando-o como uma resposta a elementos incendiários divulgados na internet", disse.

"Os Estados Unidos lamentam qualquer vontade deliberada de denegrir as crenças religiosas alheias. Nosso compromisso com a tolerância religiosa remonta às próprias origens de nossa nação", completou.

Benghazi, a segunda maior cidade líbia, reduto da revolta contra Muamar Kadhafi, vive nos últimos meses uma onda de violência, com ataques contra ocidentais e o assassinato de oficiais do exército e dos serviços de segurança.

As autoridades líbias, esgotadas com o aumento da violência e a proliferação das armas após a queda do regime de Kadhafi, em outubro de 2011, enfrentam nas últimas semanas o crescente poderio do movimento salafista.

Os ataques na Líbia e Egito tiveram repercussões na campanha eleitoral nos Estados Unidos, onde o candidato republicano à presidência, Mitt Romney, acusou o presidente Barack Obama de simpatia pelo extremistas muçulmanos.


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