A situação no Oriente Médio se agravou depois do ataque ao Consulado dos Estados Unidos em Benghazi, na Líbia, que provocou quatro mortes, inclusive do embaixador norte-americano Christopher Stevens, no começo desta semana. Há dois dias, o Itamaraty condenou, em nota, não só o ataque ao consulado em Benghazi, como também os demais na região.
O Itamaraty repudiou a violência e ressaltou a necessidade de respeitar a inviolabilidade das representações diplomáticas e consulares. A nota também se referiu aos ataques à Embaixada dos Estados Unidos no Cairo, no Egito.
“O Brasil repudia veementemente os ataques e recorda a obrigação de todos os países de observarem o princípio da inviolabilidade das representações diplomáticas e consulares, como determinado pelas convenções de Viena sobre Relações Diplomáticas e sobre Relações Consulares, de 1961 e 1963, respectivamente”, diz a nota.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o governo brasileiro lamenta os episódios de violência. “O governo brasileiro tomou conhecimento com consternação dos ataques a representações diplomáticas e consulares norte-americanas no Cairo e em Benghazi”, diz o texto. “O governo brasileiro transmite às famílias dos diplomatas falecidos e ao povo e governo dos Estados Unidos sua solidariedade e condolências pela morte de funcionários a serviço de seu país.”
Segundo informações preliminares, Stevens morreu asfixiado durante o incêndio no consulado. O prédio da representação diplomática ficou destruído. O ataque foi uma reação que faz parte de uma onda de indignação que surgiu em alguns países muçulmanos após a circulação, pela internet, de trechos de um filme que insulta o profeta Maomé.
Há informações de que o filme foi produzido por um norte-americano e divulgado por um expatriado egípcio copta, uma etnia da região que prega o cristianismo. Os dois são descritos como tendo posturas críticas ao Islã. Um trailer do filme de baixo orçamento foi postado no YouTube, traduzido para o árabe.