Policiais interrogam autor de filme contra islã nos EUA
Nakoula Basseley Nakoula foi detido por oficiais federais de condicional
Nakoula Basseley Nakoula, o suposto autor do filme anti-islâmico "Inocência dos Muçulmanos" que gerou protestos em todo o Oriente Médio, foi interrogado por oficiais federais de condicional numa delegacia de Los Angeles, mas não foi detido ou preso, informaram autoridades neste sábado.
Nakoula, de 55 anos, foi levado ao destacamento da polícia por oficiais de Cerritos, Califórnia (oeste), pouco depois da meia-noite para ser interrogado, disse o porta-voz do Departamento de polícia de Los Angeles, Don Walker. Uma filial local da rede NBC News disse que o homem vestia uma jaqueta, lenço, chapéu e óculos.
Funcionários federais disseram que investigam as atividades de Nakoula, que foi condenado por crimes financeiros. Nakula havia sido declarado culpado em 2010 por fraude bancária e sentenciado a 21 meses de prisão. Ele também havia sido proibido de usar computadores ou internet por cinco anos sem autorização prévia e foi condenado a pagar uma multa de 790.000 dólares.
Segundo Walker, Nakoula foi voluntariamente, num carro da polícia, até a delegacia. O vice-xerife declarou que não tem informações sobre o interrogatório ou quanto tempo ele durou. Segundo a emissora de televisão KNBC-TV, Nakoula esteve na delegacia na manhã deste sábado.
O departamento federal de condicional do distrito central da Califórnia em Los Angeles está revisando o caso de Nakoula, que foi condenado por fraude bancária e proibido de usar computadores ou a internet, como parte de sua sentença. A revisão tem como objetivo determinar se Nakoula violou os termos de seus cinco anos de liberdade condicional.
Se o departamento determinar que ele violou os termos de sua liberdade vigiada, ele pode ser enviado de volta para a prisão.
Filme
Uma informação divulgada na quarta-feira pelos meios de comunicação americanos indicava que Nakula era o diretor da empresa produtora do filme, embora supostamente ele tenha negado ser o diretor do longa-metragem. O canal de notícias CNN o identificou na quinta-feira com o autor de "A inocência dos muçulmanos", cuja divulgação na internet desencadeou ataques na Líbia, durante os quais morreram o embaixador americano em Benghazi, Chris Stevens, e outros três americanos.
Além da Líbia, também houve violência no Egito entre a polícia e manifestantes que protestaram pelo mesmo motivo, e no Iêmen a revolta se voltou contra a embaixada dos Estados Unidos, deixando quarto mortos. Também houve protestos em Irã, Iraque, Gaza e Líbano.
O cineasta foi identificado sob o pseudônimo de Sam Bacile, supostamente um construtor americano-israelense, mas que informações posteriores apontaram primeiro para o cineasta copta Morris Sadek e, por fim, a Nakula, também copta. Um colaborador do filme, Steve Klein, disse à AFP que o diretor - cujo nome verdadeiro não foi revelado - decidiu se esconder porque teme por sua vida.
Com Agências