Os Estados Unidos determinaram neste sábado a saída de seu pessoal diplomático não essencial da Tunísia e do Sudão após os ataques a suas embaixadas nos dois países na sexta-feira, devido ao polêmico filme que ridiculariza o profeta Maomé.
"Devido à situação de segurança em Túnis e em Cartum, o departamento de Estado ordenou a saída de todos os familiares e pessoal não essencial de ambas embaixadas, e emitiu uma advertência contra viagens de cidadãos americanos" aos dois países, explicou a porta-voz da diplomacia americana Victoria Nuland.
A advertência pede aos cidadãos americanos no estrangeiro que "evitem todas as manifestações públicas e comícios, inclusive protestos que parecem pacíficos mas podem se tornar beligerantes e violentos" sem prévio aviso.
Segundo o departamento americano de Estado, as ameaças de ataque permanecem no Sudão, onde os cidadãos americanos devem ser "discretos, alternar horários e rotas, ter prudência ao dirigir e manter seu passaporte e visto sudanês válidos".
O governo americano também recomenda a seus cidadãos na Tunísia que "evitem manifestações, tenham planos alternativos de emergência" e mantenham seus dados na embaixada atualizados.
Ao menos quatro pessoas morreram e 49 ficaram feridas durante um violento protesto na sexta-feira diante da embaixada dos Estados Unidos em Túnis contra o filme "A Inocência dos Muçulmanos".
No Sudão, dois manifestantes morreram em incidentes ligados ao mesmo filme, que ridiculariza o profeta Maomé.
Neste sábado, a rede terrorista Al-Qaeda convocou os muçulmanos a seguir atacando os interesses dos Estados Unidos para protestar contra o filme.
"Façamos da expulsão das embaixadas e dos consulados uma etapa da libertação das terras árabes da hegemonia e da arrogância americanas", disse a Al-Qaeda na Península Arábica (AQPA) ao comentar o ataque contra o consulado na cidade líbia de Benghazi, que matou o embaixador Chris Stevens e outros três funcionários americanos na terça-feira.