Bento XVI pediu também pela liberdade religiosa no Oriente Médio, ao dizer que ela é central em uma região deflagrada por conflitos religiosos e sectários. "É a hora de cristãos e muçulmanos ficarem juntos e colocarem um fim à violência e à guerra", disse. "Não esqueçamos que a liberdade religiosa é um direito fundamental, do qual derivam vários outros direitos", disse.
Ele disse que cristãos e muçulmanos no Líbano dividem espaço – às vezes têm mesma família – e perguntou: "Se é possível nas famílias, por que não em uma sociedade inteira?" Casamentos nos quais marido e mulher são de religiões diferentes não são raros no Líbano. "O Líbano é convocado agora mais do que nunca a ser um exemplo", afirmou, convidando as pessoas a "testemunhar com coragem, oportuna e inoportunamente, onde quer que se encontrem, que Deus quer a paz, que Deus confiou a paz em a nós". Dilacerado por uma guerra civil sectária entre 1975 e 1990, o Líbano é um mosaico religioso de 4 milhões de pessoas, cuja maioria é muçulmana e inclui sunitas, xiitas e alauitas. Os cristãos, cerca de um terço da população, estão divididos em mais de uma dezena de igrejas, seis delas ligadas ao Vaticano.
Mais tarde, falando na sede da Igreja Maronita (cristã), no subúrbio de Bkerke, o pontífice remeteu também à experiência dos libaneses, que preservam a convivência pacífica entre cristãos, muçulmanos e judeus desde 1990, ao fim de 15 anos de guerra civil. "Temos de dizer não à vingança, reconhecer nossos erros, aceitar as desculpas sem buscá-las e, enfim, perdoar. Pois só o perdão dado e recebido senta as bases duradouras da reconciliação e da paz", afirmou. Bento XVI faz nova aparição pública na manhã de hoje, no Beirut City Center, e parte de volta para Roma às 19h (13h em Brasília).
SÍRIA A situação síria foi discutida em Damasco pelo emissário das Nações Unidas e da Liga Árabe, Lakhdar Brahimi, que se reuniu ontem com o presidente Bashar al-Assad, na tentativa de encontrar uma solução diplomática para o conflito. "A crise é perigosa, está se agravando e representa uma ameaça para o povo sírio, para a região e para o mundo", alertou o mediador.
Al-Assad, por sua vez, garantiu que coopera com todos os que trabalham para resolver a crise e pediu por um diálogo com outras nações. "O sucesso da ação política dependerá das pressões sobre os países que financiam e treinam os terroristas e fazem entrar armas na Síria, para que deixem de fazê-lo", enfatizou o presidente, referindo-se aos rebeldes que combatem o Exército. Brahimi prometeu "manter contato com os países que têm interesses e influência no caso sírio". (Com agências)
ISRAEL X IRÃ
Amos Gilad, o principal assessor do ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, indicou que não haverá um ataque unilateral contra o Irã nas próximas semanas, dizendo que a pressão internacional manteve o polêmico programa nuclear de Teerã sob controle. Ele foi questionado em entrevista para a TV sobre se os feriados judaicos, que começam hoje e terminam em 9 de outubro, seriam "tranquilos em termos de qualquer iniciativa tomada por Israel". "O que Israel vai ou não vai fazer – recomendo que isto permaneça atrás de portas fechadas", disse Gilad ao Canal 2 de televisão. "Mas, à medida que é possível prever os feriados, parece que serão tranquilos, se você excluir todos os tipos de eventos como algum maníaco ou crimes de ódio que incendiaram o mundo todo."