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Estado de Minas ORIENTE MÉDIO

Papa elogia jovens sírios

No segundo dia da visita histórica a Beirute, Bento XVI volta a pedir paz na região e exalta o exemplo libanês de liberdade religiosa e convivência entre cristãos, muçulmanos e judeus


postado em 16/09/2012 08:06

O pontífice com líderes religiosos muçulmanos no palácio presidencial de Baabda, na capital libanesa (foto: (OSSERVATORE ROMANO/afp))
O pontífice com líderes religiosos muçulmanos no palácio presidencial de Baabda, na capital libanesa (foto: (OSSERVATORE ROMANO/afp))
O papa Bento XVI pediu ontem aos povos do Oriente Médio o fim da violência verbal e física, em um discurso para líderes políticos e religiosos em Beirute, onde o pontífice completa hoje três dias de uma viagem histórica ao Líbano. O visitante pediu paz para a vizinha Síria, há um ano e meio em guerra civil, e se referiu indiretamente às violentas manifestações em países árabes contra o filme norte-americano A inocência dos muçulmanos, considerado ofensivo ao islã. Bento XVI clamou pelo fim dos atentados contra a dignidade humana, sem aludir diretamente aos distúrbios provocados pelo filme.

Durante o encontro que teve com os dirigentes libaneses no palácio presidencial de Baabda, o papa elogiou a "coragem" demonstrada pelos jovens sírios no confronto com o regime do presidente Bashar al-Assad. O papa voltou ao tema em discurso feito a uma multidão estimada em 20 mil jovens. "Eu gostaria de dizer o quanto eu admiro a coragem de vocês", disse Bento XVI ao falar em francês, língua que é compreendida por muitos sírios e libaneses. "Digam a suas famílias e amigos que estão em casa que o papa não esqueceu vocês. Digam aos que estão ao redor de vocês que o papa está entristecido pelos sofrimentos e a aflição que vocês sentem" falou aos jovens sírios na multidão. Desde o início dos protestos, em março de 2011, a crise já deixou mais de 27 mil mortos e o Líbano abriga cerca de 70 mil refugiados do país vizinho.
Bento XVI pediu também pela liberdade religiosa no Oriente Médio, ao dizer que ela é central em uma região deflagrada por conflitos religiosos e sectários. "É a hora de cristãos e muçulmanos ficarem juntos e colocarem um fim à violência e à guerra", disse. "Não esqueçamos que a liberdade religiosa é um direito fundamental, do qual derivam vários outros direitos", disse.

Ele disse que cristãos e muçulmanos no Líbano dividem espaço – às vezes têm mesma família – e perguntou: "Se é possível nas famílias, por que não em uma sociedade inteira?" Casamentos nos quais marido e mulher são de religiões diferentes não são raros no Líbano. "O Líbano é convocado agora mais do que nunca a ser um exemplo", afirmou, convidando as pessoas a "testemunhar com coragem, oportuna e inoportunamente, onde quer que se encontrem, que Deus quer a paz, que Deus confiou a paz em a nós". Dilacerado por uma guerra civil sectária entre 1975 e 1990, o Líbano é um mosaico religioso de 4 milhões de pessoas, cuja maioria é muçulmana e inclui sunitas, xiitas e alauitas. Os cristãos, cerca de um terço da população, estão divididos em mais de uma dezena de igrejas, seis delas ligadas ao Vaticano.

Mais tarde, falando na sede da Igreja Maronita (cristã), no subúrbio de Bkerke, o pontífice remeteu também à experiência dos libaneses, que preservam a convivência pacífica entre cristãos, muçulmanos e judeus desde 1990, ao fim de 15 anos de guerra civil. "Temos de dizer não à vingança, reconhecer nossos erros, aceitar as desculpas sem buscá-las e, enfim, perdoar. Pois só o perdão dado e recebido senta as bases duradouras da reconciliação e da paz", afirmou. Bento XVI faz nova aparição pública na manhã de hoje, no Beirut City Center, e parte de volta para Roma às 19h (13h em Brasília).

SÍRIA A situação síria foi discutida em Damasco pelo emissário das Nações Unidas e da Liga Árabe, Lakhdar Brahimi, que se reuniu ontem com o presidente Bashar al-Assad, na tentativa de encontrar uma solução diplomática para o conflito. "A crise é perigosa, está se agravando e representa uma ameaça para o povo sírio, para a região e para o mundo", alertou o mediador.
Al-Assad, por sua vez, garantiu que coopera com todos os que trabalham para resolver a crise e pediu por um diálogo com outras nações. "O sucesso da ação política dependerá das pressões sobre os países que financiam e treinam os terroristas e fazem entrar armas na Síria, para que deixem de fazê-lo", enfatizou o presidente, referindo-se aos rebeldes que combatem o Exército. Brahimi prometeu "manter contato com os países que têm interesses e influência no caso sírio". (Com agências)


ISRAEL X IRÃ

Amos Gilad, o principal assessor do ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, indicou que não haverá um ataque unilateral contra o Irã nas próximas semanas, dizendo que a pressão internacional manteve o polêmico programa nuclear de Teerã sob controle. Ele foi questionado em entrevista para a TV sobre se os feriados judaicos, que começam hoje e terminam em 9 de outubro, seriam "tranquilos em termos de qualquer iniciativa tomada por Israel". "O que Israel vai ou não vai fazer – recomendo que isto permaneça atrás de portas fechadas", disse Gilad ao Canal 2 de televisão. "Mas, à medida que é possível prever os feriados, parece que serão tranquilos, se você excluir todos os tipos de eventos como algum maníaco ou crimes de ódio que incendiaram o mundo todo."


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