O ministério das Relações Exteriores iraniano desmentiu nesta segunda-feira o envio de membros da Guarda Revolucionária à Síria, afirmando que a imprensa tirou de contexto as declarações feitas neste sentido pelo chefe do corpo de elite.
"Os comentários que citam o general (Mohamed Ali) Jafari sobre o tema da presença da Guarda Revolucionária na Síria eram parciais, incorretos (...) e, de forma alguma, exatos", declarou o porta-voz do ministério, Ramin Mehmanparast, falando à tv de língua árabe Al Alam. "O Irã não tem presença militar na região, principalmente na Síria", enfatizou.
O general Mohamad Ali Jafari, comandante-em-chefe da Guarda Revolucionária (Pasdaran), deu uma coletiva de imprensa no domingo, na qual disse que havia Pasdarans na Síria e no Líbano, mas na qualidade de conselheiros.
"Certo número de membros da Força Qods está presente na Síria e no Líbano", declarou o general Jafari, comandante da Guarda Revolucionária, a guarda do regime iraniano.
"Mas isso não quer dizer que tenhamos uma presença militar nesses países. Proporcionamos a eles conselhos e compartilhamos com eles nossa experiência", acrescentou o general Jafari, em uma coletiva de imprensa. Ele não especificou sobre o que se tratavam esses "conselhos".
O presidente libanês, Michel Sleiman, por sua vez, pediu oficialmente nesta segunda-feira explicações do Irã a respeito desta suposta presença.
"O presidente Sleiman pediu explicações oficiais às autoridades iranianas em um encontro nesta segunda-feira com o embaixador em Beirute, Ghadanfar Rukn Abadi", afirma um comunicado oficial.
Esta é a primeira vez que o Líbano, dividido entre um campo apoiado pela Síria e o Irã, e outro apoiado pelos países ocidentais, faz tal pedido a Teerã.
O Irã é o padrinho político e militar do poderoso partido xiita Hezbollah, membro influente do governo libanês.