O Tesouro espanhol captou nesta sexta-feira 3 bilhões de euros graças a uma emissão privada de obrigações, "assinada por quase todas as entidades financeiras nacionais", e com a qual alimentará o fundo público de ajuda às regiões em dificuldades.
Segundo um comunicado do Ministério de Economia, esta emissão será complementada com outra privada em outubro de 5 bilhões de euros.
O fundo para as regiões, anunciado em julho, terá uma capacidade total de 18 bilhões de euros.
O resto do financiamento virá de um empréstimo da loteria nacional, de 6 bilhões de euros, e do Tesouro, que aportará diretamente os 4 bilhões restantes.
Na emissão desta sexta-feira, o Tesouro propôs três linhas com vencimentos e taxas diferentes, assinadas cada uma ao redor de 1 bilhão de euros, segundo o Ministério.
O Tesouro ofereceu um rendimento de 3,54% para os títulos com vencimento em abril de 2015, de 4,19% para as obrigações que vencerão em abril de 2016 e de 4,57% para os títulos até janeiro de 2017.
Algumas das 17 comunidades autônomas espanholas já haviam sido expostas ao estouro da bolha imobiliária e estão atravessando grandes dificuldades para cumprir com seus compromissos financeiros.
Para socorrê-las, o governo de Mariano Rajoy anunciou em julho a criação do Fundo de Liquidez Autônomo (FLA), que ainda não está operativo.
Até o momento, quatro regiões - Catalunha, Valência, Múrcia e Andaluzia - anunciaram que precisarão de ajuda, somando um total de 10 bilhões de euros.
"Com a emissão desta sexta-feira, da-se um passo na adoção do FLA, um instrumento que irá servir para garantir a sustentabilidade das contas públicas das comunidades autônomas e que contribui para atingir as metas de estabilidade orçamentária", segundo o Ministério de Economia.
O governo de Rajoy, comprometido com uma cura de rigor histórica, fixou este ano uma meta de 1,5% de déficit para as regiões e de 6,3% para o conjunto do Estado espanhol.