O governo paquistanês se distanciou neste domingo da iniciativa de um ministro que prometeu US$ 100 mil dólares pela cabeça do diretor do filme anti-islâmico "Inocência dos Muçulmanos". "Não é uma política do governo", afirmou à AFP um porta-voz do primeiro-ministro, que distanciou Islamabad da promessa do ministro de Ferrovias, Ghulan Ahmed Bilour, sábado, de pagar 100.000 dólares a quem matar o autor do filme panfletário.
"Também peço aos irmãos talibãs e da Al-Qaeda para que se associem a esta nobre ação", disse o ministro, acrescentando que mataria o autor do vídeo com suas próprias mãos se tivesse a oportunidade. "E depois podem me enforcar", acrescentou.
O Paquistão foi o principal foco muçulmano de manifestações contra o filme. Na sexta-feira, depois da grande oração, um grande protesto resultou em atos de violência, que deixaram 21 mortos.
Protestos em Bangladesh
Muitas escolas, lojas e escritórios permaneceram fechados neste domingo em Bangladesh após uma convocação de greve dos partidos da oposição para protestar contra um vídeo anti-islâmico americano e charges de uma revista francesa que deixaram o mundo muçulmano em pé de guerra.
Milhares de policiais vigiavam as ruas da capital Daca, que nos domingos reúnem multidões neste país de 153 milhões de habitantes, dos quais 90% são muçulmanos. Quarenta ativistas islâmicos foram detidos por tentar de levantar uma barricada em uma das principais avenidas da cidade e atirar pedras contra os policiais. Vários partidos islamitas, aliados do principal partido da oposição, convocaram a greve para protestar contra o vídeo "Inocência dos Muçulmanos", filme de baixo orçamento e péssima qualidade que ainda provoca comoção no mundo muçulmano.
Os partidos islamitas de Bangladesh também querem protestar contra a publicação de charges do profeta Maomé na revista satírica francesa Charlie Hebdo. No sábado, 50 pessoas ficaram feridas em Bangladesh em um protesto que havia sido proibido.