O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, desconsiderou nesta segunda-feira as ameaças de ação militar contra o programa nuclear desenvolvido por seu país e disse continuar aberto ao diálogo.
Ahmadinejad está em Nova York para a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e reuniu-se hoje com um grupo de líderes editoriais com os quais discutiu uma série de assuntos.
Ahmadinejad acusou especificamente os EUA, o Reino Unido e a França de "violarem os direitos e as liberdades básicas de outros países". Por ser signatário do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), o Irã tem o direito de manter um programa nuclear que não tenha finalidade militar. O enriquecimento de urânio, por sua vez, é um processo essencial para a geração de combustível usado no funcionamento das usinas nucleares. Em grande escala, o urânio enriquecido pode ser usado para carregar ogivas atômicas.
Os EUA suspeitam que o Irã desenvolva em segredo um programa nuclear bélico. O Irã sustenta que seu programa nuclear é civil e tem finalidades pacíficas, como a geração de energia elétrica e a pesquisa de isótopos medicinais.
Ainda de acordo com Ahmadinejad, não é tarde para dialogar com os Estados Unidos e seu país não está preocupado com a possibilidade de ser atacado por Israel.
Antes de sua oitava participação na Assembleia Geral da ONU, o presidente iraniano disse ainda que seu país é neutro em relação à guerra civil na Síria e negou que Teerã esteja armando ou treinando as tropas do governo de Bashar Assad.