Um confronto entre soldados e insurgentes sírios na província de Quneitra deixou 14 mortos nesta terça-feira e levou ao disparo de morteiros contra as Colinas de Golã, território sírio que desde 1967 é controlado por Israel. O governo de Israel disse que ninguém ficou ferido, mas fez uma reclamação à força de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) que opera em Golã/Quneitra. Em outros incidentes violentos na Síria, tropas do governo do presidente Bashar Assad afirmam que recapturaram mais um bairro de Alepo, o de Arkoub. Rebeldes sírios atacaram uma escola ocupada por militares perto de Damasco, deixando um número não determinado de mortos no confronto. O Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, grupo opositor, calculou que hoje foram mortas 85 pessoas ao redor da Síria.
Pelo menos três crianças foram mortas na Síria nesta terça-feira incluída uma menina de seis anos que viajava com os pais no carro da família na rodovia que liga Alepo a Damasco, disse o Observatório. Segundo o grupo, soldados do governo atiraram contra o automóvel na rodovia.
O Observatório negou a informação do governo de que o bairro de Arkoub foi retomado e disse que ainda ocorrem combates no local. A mídia estatal síria, contudo, mostrou imagens de soldados com rifles kalashnikov patrulhando as ruas, em meio a prédios atingidos pro disparos e ruínas de edifícios. Um militar que falou sob anonimato à agência France Presse (AFP) disse que "as operações do exército foram concluídas em Arkoub" e que "forças de segurança" conduziam buscas por suspeitos casa a casa.
"Ainda existem combates pesados na área. O exército não pode reivindicar o controle se ainda ocorrem confrontos", disse Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio, com sede em Londres.
Em Damasco, explosões atingiram o quartel-general de um prédio administrativo que gerencia escolas para filhos de veteranos militares mortos, de acordo com o Observatório. A mídia estatal afirmou que sete pessoas ficaram feridas. Já os insurgentes dizem que um ataque foi lançado contra o local e vários soldados foram mortos. Não foi possível verificar a discrepância entre as versões do governo e dos insurgentes.
Em Deir El-Zor, no leste da Síria, e na cidade de Deraa, 11 civis foram mortos em bombardeios. Na cidade de Banias, no Mediterrâneo, forças de segurança incendiaram propriedades e detiveram 14 moradores, entre mulheres e crianças, disse o Observatório Sírio.