"Há uma subnotificação impressionante", admitiu Gaviria, explicando que a partir da lei, as vítimas começaram a denunciar seus casos.
"Até agora temos casos registrados desde 1974", acrescentou, após destacar que por causa da complexidade do conflito armado colombiano e sua antiguidade é muito difícil ter um número de vítimas sobreviventes ou mortas neste contexto.
Do total calculado, 40% (2 milhões) correspondem a vítimas da guerrilha e 25% (1,2 milhão) de grupos paramilitares, disse Gaviria, insistindo em que as cifras não são absolutas porque os denunciantes não são forçados a declarar qual foi o grupo agressor e inclusive em muitos casos desconhecem qual foi a organização responsável.
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Morrem pelo menos oito guerrilheiros em bombardeio militar na Colômbia Narcotráfico da Colômbia entra em nova era sem grandes chefões Colômbia ganha adesão de um dos líderes das Farc para o acordo de paz em negociação no paísApós a violência política que a Colômbia viveu nos anos 1950, a partir dos 60 o país entrou em um conflito armado com o aparecimento das guerrilhas comunistas das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e Exército de Libertação Nacional (ELN).
O confronto armado destas guerrilhas contra o Estado se agravou com o surgimento dos cartéis do narcotráfico a partir dos anos 1970 e na década seguinte com grupos paramilitares de extrema direita que travaram uma luta sangrenta contra estas guerrilhas.
A maior parte dos paramilitares se desmobilizou em uma negociação com o governo anterior do presidente Álvaro Uribe (2002-2010), mas subsistem redutos vinculados ao narcotráfico.
Agora, o presidente Juan Manuel Santos participará, a partir de 8 de outubro, de uma negociação de paz com as Farc, que será celebrada em Noruega e Cuba e que o chefe de Estado espera que tenha um bom resultado ao final de um ano.