O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, recebeu ontem (27) à noite uma adesão considerada relevante ao acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Juvenal Ovidio Ricardo Palmera, conhecido como Simón Trinidad, apontado como um dos líderes da guerrilha, disse estar disposto a negociar com as autoridades o fim dos confrontos com o governo.
Preso nos Estados Unidos, Simón Trinidad apareceu em uma audiência no Tribunal Penal Especializado de Valledupar, no Nordeste da Colômbia, para responder sobre os crimes de sequestro e assassinato de tenente da Marinha Álvaro Morris. Ele disse durante a audiência que está disposto a “colaborar” para o “fim da violência no país”.
O procurador-geral da Nação da Colômbia, Eduardo Montealegre, disse que o governo pode aceitar o apoio de Simón Trinidad e integrá-lo à mesa de negociações. Mas não pode suspender os mandados de prisão emitidos contra ele.
Pelas negociações, o governo e o comando das Farc se comprometem a cumprir sete pontos, como a reintegração dos guerrilheiros à vida civil, o desenvolvimento rural, garantias de participação da oposição, o fim do conflito armado, o combate ao narcotráfico, assegurar os direitos das vítimas e a realização de julgamentos dos envolvidos em assassinatos, sequestros e torturas.
No próximo dia 8, haverá uma reunião, em Oslo, na Noruega. Os noruegueses, chilenos, venezuelanos e colombianos fazem a mediação dos acordos entre o governo Santos e o comando das Farc. Em entrevista coletiva, concedida há dois dias, a presidenta Dilma Rousseff elogiou a iniciativa de Santos e demonstrou confiança nos resultados das negociações.