Incêndios provocados após confrontos entre forças do governo e rebeldes tomaram conta do mercado medieval de Aleppo neste sábado, destruindo centenas de lojas que estavam sob as abóbadas da construção e onde alimentos, tecidos, perfumes e especiarias foram vendidos ao longo de séculos, afirmaram ativistas. Algumas pessoas descreveram as chamas que atingiram o local como o pior golpe ao bairro histórico que ajudou a tornar o centro da maior cidade Síria e sua área comercial um patrimônio da humanidade pela Unesco.
O mercado medieval, ou souk, é um labirinto de várias ruelas estreitas com lojas e era a principal atração turística até o local se tornar o palco de tiroteios praticamente diários e de bombardeios nas últimas semanas depois que rebeldes que lutaram para penetrar na cidade há dois meses avançaram em direção ao centro. Ativistas dizem que as tropas do regime e atiradores de elite assumiram posições na cidade velha de Aleppo.
Imagens amadoras distribuídas na internet por ativistas mostravam as chamas tomando conta das passagens de pedra, portas amadeiradas das lojas crepitando com o calor, enquanto os rebeldes tentavam conter o fogo com uma mangueira de jardim. Outros vídeos mostravam uma nuvem de fumaça pairando no horizonte da cidade.
O fogo começou na sexta-feira (27) após um forte bombardeio do governo e continuava na manhã deste sábado. Segundo um dos ativistas, a maioria das centenas de lojas nos arredores foi destruída. "É um desastre", disse Said Ahmad al-Halabi, em entrevista concedida do local por telefone. "O fogo está ameaçando se espalhar para as lojas remanescentes. Autoridades sírias cortaram o fornecimento de água para o centro da cidade, acrescentou Al-Halabi, o que dificultava o controle das chamas. Ele disse que rebeldes e civis tentavam controlar o incêndio com um número limitado de extintores. Os confrontos entre rebeldes que lutam para derrubar o presidente Bashar al-Assad já se prolonga há 18 meses.