As autoridades venezuelanas detiveram nesta segunda-feira o acusado pela morte de dois opositores durante um comício, enquanto governo e oposição davam versões diferentes sobre a violência que aconteceu no final de semana passado em Barinas. O ministro do Interior, Tareck El Aissami, disse que foi detido "o autor material do duplo homicídio" que aconteceu no sábado no Estado de Barinas. El Aissami não deu mais detalhes sobre o suspeito nem de como foi a captura.
Os dois opositores mortos foram identificados como Omar Fernández, de 58 anos, secretário agrícola do partido Un Nuevo Tiempo (UNT) em Barinitas, município de Barinas; e Jason Valero, um jovem de 27 anos e ativista da organização Primero Justicia.
Os dois foram mortos a tiros em uma avenida que liga as cidades de Barinas e Barinitas, 450 quilômetros ao sudoeste de Caracas. "Às 17h30 da tarde aconteceu o incidente em plena via pública, quando grupos se enfrentaram com armas de fogo. Duas pessoas caíram feridas seriamente e foram levadas ao hospital, onde faleceram", disse El Aissami, em entrevista exibida pela estatal Venezolana de Televisión.
O dirigente opositor Rafael Riera, que presenciou os eventos, descartou que a provocação tenha partido da oposição. Ele disse que os opositores faziam uma carreata e tentaram passar perto da favela Las Terrazas, em Barinitas, quando foram atacados a tiros. Segundo ele, partidários de Chávez faziam um bloqueio e impediam a entrada da carreata da oposição na favela. "Alguns de nós descemos dos carros para dizer que não queríamos confusão, mas em troca recebemos os tiros", disse Riera.
Vários incidentes violentos ocorreram na campanha eleitoral na Venezuela, mas o tiroteio em Barinitas foi o primeiro que deixou mortos nessa campanha. "No dia 7 de outubro, vamos derrotar a violência na Venezuela. Nosso povo está cansado da violência" afirmou no domingo o candidato da oposição Henrique Capriles, ao lamentar em Caracas a morte dos dois opositores.