Uma mulher estuprada por dois policiais foi interrogada nesta terça-feira por um juiz de instrução de Túnis, que deverá decidir se segue com o processo por "atentado ao pudor" ou rejeita a acusação.
A jovem, que deseja manter o anonimato, chegou ao tribunal com rosto coberto por um lenço preto e usando óculos escuro, acompanhada pelo namorado, também com a cabeça coberta por uma toalha.
"O mundo inteiro me apoia. Peço seu apoio", declarou a vítima do estupro à AFP, com a voz embargada, logo antes de entrar com seus advogados no escritório do juiz Mohamed Ben Meftah.
Os estupradores afirmaram que o casal estava em uma "atitude imoral" em seu veículo no momento do controle realizado por policiais. Dois agentes levaram a jovem para uma viatura da polícia no qual ela foi violada, enquanto um terceiro agente segurava o namorado.
Os três policiais, presos desde o início de setembro, podem enfrentar uma punição severa. O estupro com violência pode, teoricamente, ser punido com a morte na Tunísia, embora não tenha havido execuções no país em mais de 20 anos.
Centenas de pessoas se manifestaram em frente ao tribunal nesta manhã em apoio a vítima.