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Chávez acusa Capriles de obter recursos do narcotráfico Venezuela diz que deteve acusado de matar opositoresPESQUISAS A controvérsia sobre a suposta "manipulação" de pesquisas, mencionada pelo presidente, coincidiu com o encerramento do prazo legal para publicação de sondagens. A maioria dos institutos continuava a apontar Chávez como favorito para manter-se no Palácio de Miraflores por mais seis anos, mas sem configurar uma tendência eleitoral irreversível. A empresas Hinterlaces mostrou o presidente com vantagem de 15 a 18 pontos percentuais, enquanto a Datanálisis apurou uma dianteira de 10 pontos percentuais. Único a destoar, como nas rodadas precedentes de pesquisas, o Consultores 21 apontou Capriles como vencedor, com 46,5% das intenções de voto, contra 45,7% para o presidente, que representa o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).
Eduardo Gamarra, professor do Departamento de Política e Relações Internacionais da Universidade Internacional da Flórida (EUA), lamenta a falta de credibilidade das pesquisas na Venezuela. "Mesmo as de instituições consideradas sérias estão no meio da bagunça entre as que dão vitória a Chávez ou a Capriles", avalia. Embora acredite que Chávez vencerá, Gamarra considera que a vitória será mais apertada que nas disputas anteriores, graças à unidade da oposição em torno de um candidato capaz de capitalizar o descontentamento e o desgaste da imagem do presidente, no poder desde 1999.
Cerca de 19 milhões de venezuelanos vão às urnas no domingo e, segundo estimativas do professor de estudos latino-americanos Alejandro Velasco, da Universidade de Nova York (EUA), Chávez deve vencer com uma margem de 51% a 48%, ou 49% a 47%. "Se Capriles perder por pouca diferença, que é o mais plausível, o melhor que ele tem a fazer é aceitar a derrota e usá-la no contexto de um presidente enfraquecido, que já não comanda grandes maiorias", descreveu. Em seguida, sugere Velasco, Capriles deve mobilizar seu aparato de campanha para atuar nas eleições regionais, em dezembro, e nas locais, em abril de 2013. Com esse método, ele acredita que Chávez perderia parte do apoio que possui ao redor do país, facilitando uma vitória opositora nas próximas votações presidenciais.