O primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, jogou um balde de água fria sobre a perspectiva de assumir um novo mandato ao dizer que "deixará o emprego para outros em poucos meses", segundo publicaram nesta terça-feira os jornais italianos Corriere della Sera e La Repubblica, citando comentários feitos pelo premiê durante uma conferência sobre cooperação internacional. "Espero que deixemos um país um pouco mais calmo e menos derrotista", disse Monti, de acordo com as publicações.
Na semana passada, Monti havia dito que consideraria a possibilidade de continuar no cargo de primeiro-ministro após as eleições gerais de abril, se as circunstâncias assim exigissem. Para a maioria dos analistas, isso significa que ele só ficará no cargo se o resultado da votação não garantir maioria clara a nenhum partido.
AUSTERIDADE Enquanto isso, o ministro de Economia do país defendeu as medidas de austeridade adotadas pelo governo. Vittorio Grilli, disse nesta terça-feira que não existe um "curto-circuito" entre austeridade e crescimento, rebatendo comentários feitos mais cedo pelo presidente do Tribunal de Auditoria, Luigi Giampaolino.
Segundo Giampaolino, o documento de planejamento econômico trienal do governo italiano, conhecido como DEF, destaca "o perigo de um 'curto-circuito' entre o rigor e o crescimento". Em audiência no Parlamento, Giampaolino também comentou que o plano de ajuste fiscal da Itália depende de aumento de impostos. Para ele, a meta de atingir um orçamento equilibrado em 2013 é precária.
Já Grilli argumentou que a Itália está trabalhando para reafirmar sua credibilidade no cenário global e assim ter mais influência em organizações internacionais. "Para termos influência é necessário termos credibilidade e sermos competentes nos setores em que essas organizações internacionais operam".