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Chávez quer permanecer no poder em uma Venezuela menos desigual, mas com vários desafiosCandidatos convencidos da vitória intensificam campanha na Venezuela Venezuela diz que deteve acusado de matar opositores Venezuela: às vésperas das eleições presidenciais, número de indecisos é altoNa Venezuela, candidatos à Presidência encerram hoje campanhas para as eleições do dia 7Chávez e Capriles apostam suas últimas fichas em áreas mais povoadasMuitos pedestres expressam suas preferências eleitorais quando os carros passam. Uma mulher ergue o punho, um jovem faz o sinal da vitória, mas uma senhora em sua barraca onde vende comida caseira mostra desaprovação inclinando seu polegar para baixo.
No começo do Boulevar Sabana Grande, destinado a pedestres, há um posto de informação do governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) com um enorme Chávez inflável.
Do outro lado da rua, seguidores do candidato da oposição, Henrique Capriles Radonski, fazem propaganda de dezenas de partidos que apoiam o ex-governador do estado Miranda, de 40 anos.
María Magdalena, uma funcionária estatal, de 44 anos, passa e pede um panfleto do candidato opositor. Ela vive em El Valle, um bairro de classe média baixa onde predomina o chavismo.
"Na minha área vi propagandas de Capriles, vi pessoas que vão às ruas por Capriles, o que não via nas eleições passadas", afirma a AFP. "Não se via propaganda da oposição, porque há pessoas que têm medo de dar sua opinião", acrescenta.
A atividade proselitista de ambos os candidatos, apesar de algumas poucas áreas neutras, é distribuída mais ou menos por bairros.
Nos arredores da Praça Bolívar, no centro da cidade, quase cada esquina está tomada por postos de propaganda chavista. Mas em Las Mercedes, situada no distrito de Baruta, do qual Capriles foi prefeito de 2000 a 2008, uma caminhonete percorre a área com o hino de campanha do candidato opositor.
Jovens de apenas 20 anos fazem propaganda em um semáforo junto do qual há um estande do partido Copei (direita), que integra a Mesa de la Unidad Democrática (MUD), a aliança que apoia o adversário de Chávez.
No local, o deputado do estado de Miranda (norte), Michel Ferrandina, explica que "as circunstâncias políticas da Venezuela mudaram drasticamente e mudaram de três ou quatro meses para cá" porque, de fato, este ano puderam visitar áreas que antes eram vetadas.
"Há setores populares onde a oposição venezuelana não podia entrar. Fomos a Catia (oeste) e conseguimos entrar. Antes, nos expulsavam à bala", explica.
Na praça central de Catia, Wilma Rondón, uma jovem de 20 anos, diz que no bairro "há bastante tensão: há pessoas que começam a brigar" por motivos políticos, expressando-se aos gritos para poder ser ouvida por causa da música de um posto chavista instalado no local.
Contudo, se diz emocionada por votar em eleições presidenciais pela primeira vez: "Por todos os lados as eleições estão presentes, nas caminhonetes, nos táxis... Todo mundo está falando das eleições".
"Este ambiente está muito diferente de outras eleições. Todo mundo vai votar, a jornada eleitoral promete bastante. Acredito que não há ninguém que não saiba que as eleições são dia no 7 de outubro, até as crianças", confirma Gabriel Noboa, um funcionário de 25 anos.
Em sua opinião, as eleições de domingo vão ser as mais disputadas desde que Chávez, de 58 anos, chegou ao poder, o que gera incerteza. "Se você vai a um mercado, vê a tensão: todo mundo comprando comida porque não sabe o que acontecerá".
O hipermercado estatal Bicentenario está cheio, mas os clientes dizem que isso é normal porque foi aberto recentemente e tem preços muito baixos.
"Estou fazendo compras normalmente, mas não costumo comprar aqui, compro nos supermercados do meu bairro, mas agora eles estão 'pelados' (vazios). Todo mundo está comprando como louco e esperando algo", explica Carlos Martínez, um mensageiro de 45 anos.