Mitt Romney retoma sua campanha eleitoral revigorado por seu bom desempenho no debate de quarta-feira contra Barack Obama, que tenta tranquilizar seus partidários após um desempenho decepcionante.
Aos 65 anos, o candidato republicano à Casa Branca deu esperanças à sua equipe ao vencer de forma surpreendente o cara a cara de Denver, Colorado (oeste). Dois terços dos entrevistados pela CNN imediatamente após a emissão indicaram Romney como o vencedor, contra um terço para Barack Obama. Nunca um candidato havia ultrapassado os 60% na história da pesquisa.
O presidente, apesar de algumas boas fórmulas marcadas com sorrisos, se envolveu frequentemente em longas respostas sinuosas e, com o rosto às vezes tenso, deu com um Mitt Romney que provou que pode discutir em igualdade de condições com o chefe de Estado sem parecer arrogante.
Atacando o equilíbrio econômico de Barack Obama, Mitt Romney se prendeu a mensagem central de sua campanha: "Se o presidente for reeleito, a classe média continuará a ser esmagada com salários em queda e elevação de preços".
O republicano voou nesta quinta-feira para Virginia, um estado-chave conquistado por Obama em 2008, mas que ainda está em jogo este ano. Ele encontrará seu companheiro de chapa, Paul Ryan, para uma reunião pública.
"A perspectiva de Romney é que, se baixarmos os impostos para os ricos e suprimirmos as regulamentações, viveremos melhor. Tenho uma opinião diferente", declarou o democrata durante o debate.
Os dois candidatos foram questionados em numerosas ocasiões na uma hora e meia de debate, incentivados por um moderador que os impelia a descrever em detalhes seus programas econômicos - um pedido que, por vezes, levou a uma avalanche de estatísticas.
"Nada de mudanças espetaculares" O papel do Estado deu margem para opiniões mais contrastadas, com Mitt Romney defendendo a eficácia do setor privado, até mesmo da saúde. Barack Obama mirou no projeto republicano de reforma do sistema do seguro de saúde pública para os mais de 65 anos, o Medicare.
"Mas Romney ainda tem um caminho íngreme a escalar", ressaltou Clyde Wilcox, professor de ciência política na Universidade de Georgetown.
A menos de cinco semanas para as eleições, e enquanto milhões de americanos já podem votar pelo correio, persistem os três pontos de vantagem para o presidente, de acordo com o site de referência RealClearPolitics.
Um possível impacto do debate sobre as pesquisas foi descartado pelo conselheiro de Obama, David Plouffe, imediatamente após o encontro: "Nós não nos importamos com pesquisas nacionais", declarou o especialista de batalhas eleitorais.
Apenas os doze estados-chave como Ohio, Virginia e Flórida, importam, à medida que sozinhos podem decidir a eleição, por causa do sistema de votação indireta. No entanto, nesses Estados, Barack Obama destaca-se mais claramente do que o seu adversário nas urnas, até 5,5 pontos em média em Ohio.
A equipe de Romney reconheceu na quarta-feira à noite que o debate não é suficiente para mudar a situação.
"Eu não acho que veremos mudanças espetaculares", disse à AFP Kevin Madden, conselheiro próximo de Mitt Romney. "Nós vemos o debate como uma conversa em três partes. Hoje foi a primeira parte".
Dois outros debates presidenciais estão agendados para 16 e 22 de outubro. O vice-presidente Joe Biden encontrará Paul Ryan em 11 de outubro.