CARACAS - Quase 19 milhões de venezuelanos votam neste domingo para decidir entre a reeleição do presidente Hugo Chávez para o período 2013-2019 e uma mudança de rumo com o jovem candidato opositor Henrique Capriles Radonski.
Desde muito cedo já havia filas em alguns dos 13.800 centros habilitados em todo o país, que permanecerão abertos até as 18h00 locais (19h30 de Brasília), constatou a AFP.
"Bendito seja o 7 de Outubro! Escreveremos outra página histórica sobre suas horas!", escreveu Chávez em sua conta no Twitter.
"Hoje decidimos o futuro de nossa Venezuela, vamos todos votar acreditando que podemos e vamos estar melhor, vote por você", indicou em sua conta na rede social Capriles, que tenta destronar o presidente Hugo Chávez após quase 14 anos no poder, em uma das mensagens enviadas após a abertura dos centros de votação.
O campo chavista se mobilizou de madrugada com seu tradicional toque de despertar por todo o país. Sua estratégia é garantir que a campanha 1X10 funcione: cada militante deve estimular pelo menos dez pessoas a votar.
Já a oposição pediu o "um mais dois": todo aquele que votou em suas primárias de fevereiro deve convencer outras duas pessoas de apoiar Capriles.
O general Wilmer Barrientos, encarregado dos 139.000 militares mobilizados no país, afirmou que, no momento, a votação transcorre em "total normalidade". "Há alguns pequenos detalhes que estamos resolvendo", disse à rede oficial VTV.
"Acordei cedo porque vim depositar meu voto pelo futuro presidente outra vez, que vai vencer praticamente com dois ou três milhões de votos de vantagem", disse à AFP o chavista Julio Urbina, em um centro de votação do bairro popular de Petare, em Caracas.
Outro eleitor, Miguel de Vares, de 29 anos, disse diante de um centro de votação no bairro de Chacao que "as pessoas estão buscando algo diferente" nestas eleições.
"Acho que se não houver resultados em coisas básicas, como insegurança, é melhor confiar (o governo) a outra pessoa", disse.
Chávez, de 58 anos e desde 1999 no poder, chega às eleições na liderança da maioria das pesquisas, embora Capriles, de 40 anos e ex-governador do populoso estado de Miranda (norte), tenha diminuído a distância que o separa do presidente, de acordo com pesquisas divulgadas até o fim da semana passado, quando suas veiculações passaram a ser proibidas, de acordo com a legislação.
Os centros de votação permanecerão abertos até as 18h00 locais (19h30 de Brasília).
O presidente do país com as maiores reservas de petróleo mundiais prometeu aprofundar sua "revolução socialista" em caso de vitória.
Capriles oferece um modelo baseado no brasileiro, que concilie os setores público e privado, e quer acabar com a forma personalista de governar de Chávez, que concentra um grande poder em suas mãos e exerce um controle absoluto sobre os meios de comunicação estatais.
Os venezuelanos votam com um sistema 100% informatizado de urnas eletrônicas.
Os resultados não serão divulgados pelo CNE até que a "tendência seja irreversível" e esteja claro quem é o ganhador.
Especialistas do Centro Carter, que monitora o processo eleitoral venezuelano, descartaram que pudessem ocorrer fraudes e indicaram em um relatório emitido na sexta-feira que "o software das máquinas de votação garante o voto secreto".
Já Carlos Alvarez, chefe da missão de monitoramento eleitoral da Unasul, que estreia nesta tarefa, assegurou na quinta-feira à AFP que está garantida a "transparência" das eleições deste domingo.
Além de Capriles e Chávez, os únicos com chances reais de vencer as eleições, há outros quatro candidatos presidenciais inscritos: os sindicalistas Orlando Chirinos e Reina Sequera, o engenheiro Luis Reyes e a padeira María Bolívar.