Disparos da Síria atingem a Turquia novamente
No sudeste da Turquia, um disparo de artilharia efetuado a partir da Síria atingiu neste domingo o vilarejo turco de Akçakale, onde cinco civis haviam sido mortos na quarta-feira passada por disparos sírios. A artilharia turca respondeu imediatamente a esse ataque, que não deixou vítimas, segundo o prefeito da localidade.
"Deus seja louvado por não ter havido vítimas. A artilharia (turca) respondeu imediatamente aos disparos provenientes da Síria", ressaltou Abdülhakim Ayhan à agência de notícias semi-oficial Anatolia. O obus caiu no jardim de um prédio público, que já havia sido esvaziado pelas autoridades, segundo o canal NTV. O governo turco recebeu na quinta-feira a autorização do Parlamento para manter as operações militares contra a Síria, caso fosse necessário.
O incidente ocorrido em Akçakale, situado na província de Sanliurfa, foi o mais grave entre Damasco e Ancara desde a derrubada de um avião de combate turco pela defesa antiaérea síria em junho. Ele provocou um aumento brusco da tensão e reavivou os temores de uma propagação do conflito sírio. Em uma entrevista concedida à televisão no sábado à noite, o chefe da diplomacia turca considerou que Chareh, vice-presidente desde 2006, poderia ficar à frente de um período de transição.
"Farouk al-Chareh é um homem de razão e de consciência e não se envolveu nos massacres na Síria. Ninguém além dele conhece melhor o sistema" na Síria, disse o chanceler turco, ressaltando que a oposição "está inclinada a aceitar Chareh" como futuro líder do governo sírio. Chareh, personalidade sunita mais proeminente no poder alauita (braço do xiismo), é um homem de confiança do regime e foi por mais de 15 anos o ministro das Relações Exteriores.
Informações de que teria desertado em agosto foram desmentidas pelo regime, mas, segundo membros da oposição, ele estaria sendo mantido sob forte vigilância. Não há indicações sobre o destino de dezenas de iranianos sequestrados em agosto por rebeldes, depois que no sábado chegou ao fim o prazo dado por um comando rebelde que ameaça matá-los se o Exército sírio não se retirar totalmente de Ghouta Oriental, área do subúrbio de Damasco.