Confirmada a vitória com 54,42% dos votos, na eleição mais disputada desde que assumiu a Presidência da República da Venezuela há 14 anos, Hugo Chávez disse que vai governar com o apoio da oposição e pediu que seus adversários contribuam para o diálogo. No país em que o voto não é obrigatório, mais de 80% dos 18,8 milhões de eleitores foram à urnas e Chávez agradeceu o apoio obtido. Ele fica no poder até 2019, em seu terceiro mandato.
O presidente foi reeleito com o apoio de 20 dos 24 estados da Venezuela. Chávez venceu as eleições presidenciais ontem (7), conquistando 7,4 milhões de votos, enquanto seu principal opositor, Henrique Capriles Radonski, obteve 6,1 milhões (44,97%). Os demais candidatos Reina Sequera, Luís Alfonso Reyes, Maria Josefina Bolívar e Orlando Chirinos ficaram com menos de 1%.
Após a confirmação dos resultados das eleições pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Capriles telefonou para Chávez, felicitando-o. Na conversa, o opositor pediu ao presidente reeleito que trabalhe em favor da união dos venezuelanos. "Há um país que tem duas visões e ser um bom presidente significa trabalhar pela união de todos os venezuelanos, trabalhar pela solução dos problemas de todos", disse Capriles.
“É um passo muito importante na construção da paz na Venezuela", disse Chávez. "Por isso, começo enviando-lhes esta saudação e estendendo-lhes estas duas mãos e este coração em nome de todos nós, porque somos irmãos na pátria de Bolívar."
Chávez apelou para encerrar o chamou de disseminação do “ódio e veneno social” e convidou todos na Venezuela ao “diálogo”. "Foi uma batalha perfeita. Uma batalha democrática. Graças a Deus e à consciência do nosso povo não houve nenhum acontecimento hoje [ontem] a lamentar. Não houve nada que manchasse a batalha perfeita e a vitória da Venezuela."
Cantando o Hino Nacional, Chávez discursou da varanda do Palácio Miraflores. Uma multidão o acompanhou com as bandeiras da Venezuela e de Cuba. Para a presidenta do CNE, Tibisay Lucena, as eleições registraram um "comportamento cívico e democrático do povo todo da Venezuela": “Foi uma página brilhante dentro da democracia venezuelana".
"Uma vez mais tivemos um processo eleitoral tranquilo, sem sobressaltos, com a alegria do povo que decidiu votar massivamente no dia de hoje [ontem]”, disse a presidenta do CNE, elogiando o apoio das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas e dos homens e mulheres que trabalharam para que as eleições se realizassem.