Henrique Capriles Radonski - deputado, prefeito e governador que jamais havia perdido uma eleição - conheceu a derrota neste domingo (7), para o presidente Hugo Chávez, ao final de uma disputa eleitoral histórica na Venezuela.
"Eu não sou um candidato de cartazes, o magro é visto nas ruas", disse recentemente o candidato, de corpo atlético e voz rasgada, em clara referência a Chávez, de 58 anos, que foi forçado a diminuir o ritmo de aparições nas ruas devido à recuperação de um câncer diagnosticado no ano passado.
Fã de esportes, ele fez caravanas em automóveis e, por vezes, caminhadas, distribuindo apertos de mão e beijos.
Com discursos curtos e uma mensagem simples, baseada nos problemas cotidianos dos venezuelanos, Capriles se distanciou das questões ideológicas, até então uma obsessão da oposição, e foi capaz de despertar um entusiasmo crescente, que antes era visto apenas nas fileiras de Chávez.
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Capriles, Morales e Correa felicitam Chávez por vitória na eleiçãoChávez e Capriles fazem eleição mais disputada da história da VenezuelaHugo Chávez é reeleito para terceiro mandato na Venezuela Capriles disputará reeleição ao governo de MirandaChávez sinaliza que vai buscar aproximação com a oposiçãoDiante de um modelo em que, segundo ele, "o Estado controla tudo", Capriles defendeu "combinar o Estado com a iniciativa privada, para que aqueles que estão na pobreza tenham a oportunidade de emprego e de não depender de recursos do Estado".
Filho de uma família rica e neto materno de judeus poloneses sobreviventes do Holocausto, mas que se define como cristão católico, Capriles é um advogado especializado em Direito Empresarial.
Começou sua carreira política cedo, quando aos 26 anos foi eleito deputado e presidente da extinta Câmara.
Em 2000, Capriles venceu a disputa pela prefeitura do município de Baruta, em Caracas, com o apoio do recém-criado partido Primeira Justiça, social-cristão, a qual ainda pertence.
Em 2004, foi reeleito prefeito, depois de passar quatro meses na prisão sob acusação de não responder a um ataque à embaixada de Cuba durante o golpe de Estado que afastou Chávez do poder por pouco tempo, em abril de 2002. Ele foi absolvido da acusação
Em 2008, tornou-se governador de Miranda (norte), contra uma das figuras mais poderosas do governo, o atual presidente da Assembleia Nacional e ex-militar que participou com Chávez na tentativa de golpe de 1992, Diosdado Cabello.
Como governador, foi reconhecido principalmente pelo trabalho que fez na educação, com a recuperação de colégios e planos para aumentar a matrícula escolar, assim como outros programas para a construção de casas populares e a promoção da saúde gratuita.