O presidente venezuelano, Hugo Chávez, seguirá apoiando o "governo legítimo" de Bashar al-Assad na Síria, acusando os Estados Unidos de estarem por trás da crise, disse nesta terça-feira durante sua primeira entrevista coletiva à imprensa após a sua reeleição, no domingo.
"Eu não sei como alguns governos da Europa se reúnem com os terroristas e desconhecem um governo legítimo, por isso é claro para nós que temos que seguir apoiando o governo legítimo e defender a paz na Síria", acrescentou.
Chávez, de 58 anos e no poder desde 1999, reiterou sua tese de que na Síria há uma "crise planejada" como, segundo disse, ocorreu com o governo de Muamar Kadhafi, na Líbia.
"O governo dos Estados Unidos é um dos maiores responsáveis por este desastre. Agora senhor (presidente americano Barack) Obama, se for reeleito, recapacite, reflita, e os governos europeus" também, acrescentou.
O mandatário foi enfático ao afirmar que seu governo apoia a "soberania dos povos" e que "a Síria é um país soberano como a Líbia, a Venezuela, os Estados Unidos...". "Se não estamos de acordo com o que pense um ou outro, nós os bombardeamos?", questionou.
"Queria que pudéssemos fazer algo (na Síria), mas o que pode fazer um país como a Venezuela?", declarou.
Chávez também saudou a posição da Rússia, aliada tradicional de Damasco, e da China, que bloquearam as resoluções condenando o regime sírio no Conselho de Segurança das Nações Unidas, embora tenha lamentado que o mesmo não tenha acontecido com a Líbia.
A Venezuela apoia a Síria desde 2011, inclusive já tendo enviado pelo menos três carregamentos de diesel, depois da eclosão de um conflito que deixou mais de 32.000 mortos e dezenas de milhares de deslocados, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).