O presidente venezuelano reeleito, Hugo Chávez, pediu nesta terça-feira um debate "franco" com a oposição, pedindo que esta abandone a visão "catastrofista" e reconheça as conquistas de seu governo.
"Abramos um debate aberto e franco" com a oposição, disse o mandatário, de 58 anos, em sua primeira entrevista coletiva à imprensa desde que venceu as eleições presidenciais de domingo, com 11 pontos de vantagem sobre Henrique Capriles, para um terceiro mandato de seis anos.
Chávez, de 58 anos e no poder desde 1999, instou "a oposição e a elite opositora" a mudarem. "Nós certamente temos que mudar as coisas, mas a oposição tem a visão catastrófica do país. Eles rejeitam quase tudo o que o governo faz".
O mandatário, que no domingo após ser reeleito fez um apelo à "união nacional", pediu também que a oposição apresente "suas propostas nos campos econômico e social" para contribuir com a elaboração do próximo plano de governo 2013-2019 e negou que a Venezuela seja um país socialmente dividido.
"Sempre vem isto de que a Venezuela está dividida. Há 20 anos aqui o diálogo era praticamente a chumbo", disse ao lembrar que antes de sua chegada ao poder a classe política havia se acostumado ao pacto de Punto Fijo, que estabeleceu em 1958 um revezamento no poder dos partidos Ação Democrática e Copei, que "impunham as posições burguesas ao povo".
"Alguns setores da oposição entendem o diálogo à velha maneira, ou seja, as elites e depois a imposição. (...) E se você não assume o que eles propõem é um tirano", acrescentou.
O mandatário e o líder opositor confirmaram na segunda-feira que haviam conversado por telefone.
Capriles, escolhido para enfrentar Chávez em inéditas primárias em um processo que consolidou a unidade opositora, prometeu no domingo que não deixará sozinhos os mais de seis milhões de venezuelanos que votaram nele.