A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, estimou nesta quinta-feira ser "necessário" conceder um prazo adicional de dois anos à Grécia, até 2016, para que implemente as medidas exigidas pelos credores internacionais.
"É necessário dar à Grécia um prazo adicional de dois anos para que este país seja capaz de concluir o programa de ajuste de suas finanças públicas", cuja meta é limitar o déficit a 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014, disse Lagarde em Tóquio. O Fundo Monetário Internacional já havia avaliado a existência de "boas razões" para dar uma folga adicional à Grécia, mas é a primeira vez que Lagarde fala de maneira clara em dois anos de prazo, como solicita o governo grego. "No lugar de uma redução frontal e massiva (...), as vezes é preferível dispor de um pouco mais de tempo", disse Lagarde em Tóquio, onde participa da Assembleia Anual do FMI e do Banco Mundial. "É o que defendemos para Portugal e o que também fizemos para a Espanha", destacou Lagarde sobre a Grécia. Na cúpula realizada em meados de setembro, a União Europeia deu a entender que estava disposta a conceder mais tempo à Grécia, atualmente em negociações com seus credores do FMI, do Banco Central Europeu (BCE) e da UE para obter uma nova ajuda, de 31,5 bilhões de euros. Segundo o FMI, a dívida pública da Grécia superará este ano 170% do PIB e seguirá aumentando em 2013 para atingir 181,8%, enquanto seus credores públicos exigem uma redução para 120% do PIB até 2020.