Daniel Barling, o policial australiano que durante um minuto e meio aplicou 41 segundos de choque elétrico com a arma Taser no brasileiro Roberto Laudisio Curti, disse que o estudante “colocou sua própria vida em risco ao correr por uma das ruas mais movimentadas de Sydney” e um de seus objetivos era “imobilizá-lo para protegê-lo”.
No sétimo dia de audiências do inquérito em Sydney que apura a morte do estudante brasileiro de 21 anos ocorrida em 18 de março durante abordagem policial, Barling alegou que mesmo algemado e seguro por cinco policiais “ele poderia levantar e fugir e só começou a se acalmar depois da terceira carga de Taser”.
O policial também afirmou que não sabia a razão da perseguição ao jovem quando decidiu ajudar seus colegas. Curti era suspeito de ter roubado um pacote de bolachas de uma loja de conveniência.
Barling alegou desconhecer o manual de instruções da Taser, que sugere não usar a arma de choque em contato direto com a pele por mais de 5 segundos.
“Agora ninguém mais tem dúvida de que Curti foi torturado”, disse Domingos Laudisio Curti, tio do jovem morto, que acompanha a investigação na Austrália.
O cônsul brasileiro em Sydney, André Costa, disse ao Estado que o incidente com o estudante brasileiro “foi um crime de execução”.