O ex-ministro italiano de Desenvolvimento durante o governo de Silvio Berlusconi, Claudio Scajola, está sendo investigado pela justiça de seu país pelo crime de corrupção internacional por sua suposta mediação em 2010 na venda de fragatas ao Brasil, indicaram nesta terça-feira meios de comunicação italianos.
O Ministério Público de Nápoles investiga a regularidade dos milionários contratos assinados entre filiais da Finmeccanica e o Brasil, assim como o papel desempenhado pelo ex-ministro Scajola nessa operação.
Por ordem da procuradoria, a polícia realizou nesta sexta-feira uma série de operações em Rama e Nápoles, entre elas à residência do presidente da associação de industriais napolitanos, Paolo Graziano, envolvido no escândalo.
"Sempre respeitei as regras e as leis, cumpri com meus deveres e realizei reuniões oficiais à luz do dia. Estou tranquilo", declarou Scajola, que se colocou à disposição do poder judiciário.
Um de seus colaboradores está sendo investigado junto com o ex-ministro. Enquanto isso, foi detido em Roma no âmbito do mesmo caso um funcionário de alto escalão da Finmeccanica, o segundo maior grupo industrial público da península, especializado em setores como aeronáutica, eletrônica de defesa, energia e transportes, por "subornos" com o Panamá.
Segundo fontes judiciais ligadas a Henry John Woodcock e Vicenzo Piscitelli, os procuradores de Nápoles que investigam as irregularidades da Finmeccanica, estes investigam paralelamente a venda de helicópteros e armamentos ao Panamá por parte de empresas vinculadas à empresa italiana.
O jornal Il Corriere della Sera sustenta que as filiais da Finmeccanica se apoiaram na empresa Agafia, com sede no Panamá e propriedade de Walter Lavitola, para suas operações.
A empresa italiana indicou em uma nota oficial divulgada em abril deste ano que havia assinado em agosto de 2010 um contrato "legal" com o Panamá para a entrega de cinco helicópteros através de Agusta Westland e que tais aeronaves não foram entregues pelo fato de que "ainda estão em produção".