O Programa Alimentar Mundial (PAM), uma agência da ONU, anunciou nesta terça-feira o envio uma ajuda alimentar para 1,5 milhão de pessoas na Síria em setembro, contra 850.000 no mês passado.
"A situação está piorando", declarou à imprensa em Genebra Daly Belgasmi, diretor regional do PAM para Oriente Médio, África do Norte, Ásia Central e Leste Europeu.
A situação "está cada vez mais difícil", disse o alto funcionário. "As pessoas se deslocaram internamente uma, duas ou três vezes, indo de um lugar para outro para encontrar um refúgio", explicou. "E eu temo que o inverno não nos ajude".
Segundo a ONU, cerca de 1,2 milhão de sírios foram deslocados dentro das fronteiras da Síria, enquanto as autoridades sírias relataram um número de até 3,2 milhões de deslocados, declarou Belgasmi.
O diretor do PMA, que acaba de voltar de uma visita à Síria e aos países vizinhos que abrigam um número crescente de refugiados devido à guerra civil, ressaltou que a eventual entrada em vigor de um cessar-fogo simplificaria a missão de sua agência.
"Eu realmente espero que o cessar-fogo seja implementado", disse. O fim das hostilidades "permitiria enviar mais comida para a região e uma melhor coordenação entre nós".
Lakhdar Brahimi, mediador da ONU e da Liga Árabe para a Síria, pediu no domingo ao presidente sírio, Bashar al-Assad, e aos grupos rebeldes armados que estabelecessem um cessar-fogo em ocasião de uma das festas muçulmanas, o Eid al-Adha, que começa sexta-feira.
Até agora, os confrontos não perderam intensidade.
Embora as oportunidades de acesso a algumas partes da Síria sejam "variáveis", o PMA consegue, através de sua parceria com o Crescente Vermelho Árabe Sírio (CVAR), fazer com que os alimentos cheguem à maioria dos lugares, afirmou Belgasmi.
No entanto, o PAM fala em "enviar" ajuda alimentar e não em "distribuí-la", um termo que implica a garantia de que qualquer remessa de alimentos chegue ao seu destino.
Além disso, o PAM forneceu ajuda alimentar para cerca de 120 mil refugiados sírios em países vizinhos, e quer ser capaz de ajudar cerca de 500.000 refugiados sírios até junho de 2013, disse Belgasmi.