O Sudão acusou nesta quarta-feira Israel de ter bombardeado uma fábrica militar em Cartum, causando duas mortes.
"Acreditamos que Israel realizou o bombardeio", declarou o ministro da Cultura e Informação, Ahmed Bilal Osman, durante uma coletiva de imprensa. "Nos reservamos o direito de responder onde e quando decidirmos".
Entre os escombros foram encontradas provas de que Israel é o autor do ataque, acrescentou o ministro.
Na véspera, uma série de explosões e um incêndio destruíram a fábrica militar de Yarmuk, na capital sudanesa, segundo testemunhos e uma fonte pró-governamental.
Um morador de Cartum disse à AFP que ocorreram violentas explosões na zona da fábrica e o jornalista da agência observou uma grossa coluna de fumaça sobre a região.
Abdul Rahman al Jider Rahman, governador do Estado de Cartum, confirmou a explosão seguida de incêndio na fábrica, o que ocorreu por volta da meia-noite.
O Small Arms Survey, um centro de investigação independente com sede na Suíça, revelou em setembro passado que a fábrica de Yarmuk armazena armas e munições de fabricação chinesa que são enviadas à região ocidental de Darfur, palco de um longo conflito armado.
No início da noite desta quarta-feira, cerca de 300 pessoas se reuniram diante da sede do governo em Cartum para exigir a destruição de Israel. "O Exército de Maomé voltou" - gritavam.
Habitantes do setor relataram à AFP que um avião ou míssil sobrevoou a fábrica de Yarmuk momentos antes da explosão seguida de incêndio.
"Escutei um barulho de avião, mas não vi qualquer luz, depois houve duas explosões e o incêndio na fábrica", disse um morador local chamado Faize.
Outro residente viu "um avião se aproximar do leste antes de escutar duas explosões seguidas". Logo havia fogo e a casa de um vizinho foi atingida por estilhaços".
Segundo o porta-voz do Exército sudanês, Sawarmi Khaled Saad, um incêndio destruiu o depósito de munição do complexo e se propagou para uma zona de bosques.
As autoridades israelenses não confirmaram ou desmentiram o ataque.