Barack Obama e Mitt Romney aparecem tecnicamente empatados nas pesquisas de intenção de voto a apenas 12 dias das eleições presidenciais nos Estados Unidos, mas uma sondagem Associated Press/GfK registrou uma mudança significativa na preferência de homens e mulheres pelos presidenciáveis norte-americanos: enquanto Romney anulou uma desvantagem de 16 pontos porcentuais entre o eleitorado feminino, Obama reduziu a dianteira de seu adversário entre o masculino. A pesquisa AP/GfK mostra Romney com 47% das intenções de voto e Obama com 45%, dentro da margem de erro de 3,5 pontos percentuais. No entanto, a intenção de voto das mulheres está dividida em 47% para cada candidato. No mês passado, Obama tinha 16 pontos porcentuais de vantagem.
A notícia vem à tona em um momento no qual a campanha de Romney enfrenta a polêmica causada por um candidato republicano ao Senado, segundo o qual uma gravidez causada por estupro é “obra de Deus”. Em contrapartida, há um mês Romney tinha 13 pontos porcentuais de vantagem sobre Obama entre os homens. Agora, sua liderança é de apenas cinco pontos.
As mais recentes pesquisas mostram Obama à frente de Romney na maioria dos estados considerados indefinidos, também chamados de swing states. Já o levantamento atualizado ontem do jornal Huffington Post mostra Obama com 277 votos (sete a mais do que o necessário para se reeleger), e Romney com 191, restando 70 ainda indefinidos.
Apesar de a intenção de voto em Romney ter aumentado entre as mulheres, a condescendência de alguns candidatos de seu partido com a violência sexual continua a causar turbulência em sua campanha. Agora foi a vez de Richard Mourdock, candidato republicano ao Senado pelo estado de Indiana
Na terça-feira, durante um debate, ele qualificou a gravidez resultante de estupro como "obra de Deus". Menos de 24 horas depois, Obama já criticava Mourdock pela declaração. "Estupro é estupro. É um crime", resumiu Obama na noite de quarta-feira durante o programa The Tonight Show. Segundo o presidente, comentários como o de Mourdock mostram que políticos, a maioria homens, não devem tomar decisões sobre a saúde das mulheres. Ele disse que as mulheres são capazes de tomar as próprias decisões e que a existência de intromissões políticas na questão é algo que está em jogo na eleição para presidente. Após o comentário de Mourdock, a porta-voz da campanha de Romney, Andrea Saul, afirmou que o repuclicano à Presidência discorda de Mourdock, mas que ainda o apoia na disputa para o Senado.
Colin Powell O ex-secretário de Estado norte-americano Colin Powell, que militou durante anos no Partido Republicano, manifestou ontem seu apoio à reeleição do presidente democrata Barack Obama. Powell disse durante o programa This Morning que respeita o candidato Mitt Romney, mas considera vagas suas opiniões sobre diversos temas. O ex-secretário destacou que o presidente conseguiu retirar as forças norte-americanas do Iraque e definiu um plano de saída do Afeganistão. "E não nos meteu em novas guerras", acrescentou ele, que foi secretário de Estado durante o primeiro mandato de George W. Bush (2001–2005). O ex-general também elogiou o desempenho de Obama na economia, afirmando que "começamos a sair do fundo do poço e estamos ganhando impulso", apesar de admitir que ainda precisam ser tomadas decisões difíceis sobre impostos e orçamento. Apesar de seu apoio a Obama, Powell disse que continua sendo republicano.
Também ontem, Barack Obama aproveitou uma conversa privada com jornalistas para assegurar que, caso reeleito, uma de suas prioridades será a reforma migratória, informa o jornal espanhol El País. A promessa é dirigida especialmente ao eleitorado hispânico, que em 2008 votou em massa em Obama. A estimativa é de que 11,5 milhões de estrangeiros vivam ilegalmente nos EUA.
“O antipático”
O presidente Barack Obama afirmou que seu adversário republicano Mitt Romney ganhou a antipatia dos hispânicos por suas posturas a respeito da imigração, em uma entrevista ao jornal Des Moines Register. "Se conseguir um segundo mandato, uma razão de peso para meu triunfo terá sido o fato de que o candidato republicano e o Partido Republicano ganharam a antipatia do grupo demográfico que cresce com maior rapidez no país, os latinos", afirmou Obama. O presidente fez essas declarações depois de mostrar-se confiante que, no próximo ano, conseguirá uma reforma migratória, uma promessa que Obama fez em sua campanha nas eleições de 2008, mas que não cumpriu. O presidente deseja uma reforma migratória que abra caminho para regularizar os 11,5 milhões de imigrantes sem documentos, a maior parte deles hispânicos.