Jornal Estado de Minas

Violência étnica em Mianmar deixa pelo menos 64 mortos

Agência Estado
O número de mortos na onda de violência étnica que atinge Mianmar foi revisado para 64, afirmou Win Myaing, porta-voz do Estado de Rakhine, oeste do país. As pessoas foram assassinadas em seis aldeias durante confrontos entre integrantes das comunidades Rakhine (budistas) e Rohingya (muçulmanos). Segundo a imprensa birmanesa, 95 pessoas ficaram feridas.
Na quinta-feira, o governo informou que quase 2 mil casas foram destruídas no conflito, que começou no domingo. "Enquanto a comunidade internacional observa de perto a transição democrática de Mianmar, tais distúrbios podem manchar a imagem do país", disse em comunicado o gabinete do presidente Thein Sein.

O conflito tem raízes antigas. Apesar de muitos muçulmanos viverem em Mianmar há gerações, eles comumente são vistos como intrusos que vieram de Bangladesh para roubar terras. Em junho, a violência entre as duas etnias causou a morte de pelo menos 90 pessoas e destruiu cerca de 3 mil residências. Desde então, mais de 75 mil pessoas estão vivendo em campos de refugiados.

A ONU (Organização das Nações Unidas) condenou a violência e o secretário-geral Ban Ki-moon na quinta-feira pediu que as autoridades de Mianmar ajam urgentemente para controlar a situação.