O Partido das Regiões, do presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, venceu as eleições legislativas deste domingo na Ucrânia, com 28,1% dos votos, seguido pela aliança de oposição Batkivshina, liderada pela ex-premier presa Yulia Timoshenko, com 24,7%, segundo as pesquisas de boca de urna.
O partido Udar, do célebre boxeador Vitali Klitschko, com 15,1% dos votos, aparece na terceira posição, à frente da formação nacionalista Svoboda, com 12,3%, e dos comunistas, 11,8%, de acordo com a pesquisa realizada por um consórcio independente.
O grupo do ex-jogador Andrei Shevchenko recebeu apenas 1,6% dos votos, muito abaixo do mínimo de 5% para obter representação parlamentar.
Udar e Svoboda, a grande surpresa destas eleições, entram pela primeira vez no Parlamento da Ucrânia.
Batkivshina, Udar e Svoboda se comprometeram a cooperar na nova Assembleia e juntos somam mais votos que o Partido das Regiões e seus aliados comunistas, mas os especialistas duvidam de uma aliança duradoura entre os três partidos.
O Ocidente observa com atenção estas primeiras eleições desde a chegada ao poder, em 2010, do presidente Yanukovich, diante da possibilidade de retrocesso da democracia, especialmente após a prisão de Timoshenko, no ano passado.
"Estas legislativas são um importante teste para a democracia", declarou neste domingo o ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle.
Timoshenko, condenada a sete anos de prisão, convocou os ucranianos a votar em massa para "expulsar do poder" Yanukovich, em uma mensagem na Web.
A aliança Batkivshina e observadores ucranianos denunciaram fraudes, especialmente a compra de votos, mas "estas violações não superam" o nível tradicional de problemas eleitorais nesta ex-república soviética, destacou Olexandre Chernenko, presidente da ONG Comitê dos Eleitores da Ucrânia.
As autoridades instalaram câmeras nas seções eleitorais para transmitir "ao vivo" a eleição pela Internet, com o objetivo de demonstrar que as eleições são transparentes, mas a oposição e os observadores temem fraudes durante a apuração, que não será monitorada pela Web.