O primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, condenou nesta terça-feira, dia em que são lembradas as vítimas da repressão da era soviética, os "graves crimes" cometidos por Stalin contra seu próprio povo.
"Pelo que ocorreu na época, não apenas Joseph Stalin, como também um grande número de outras autoridades, merecem sem dúvida alguma o julgamento mais severo", declarou Medvedev, em visita aos Urais, segundo a agência de notícias Ria Novosti. "Isso deve ser mantido nos anais de nossa história, para que nunca mais ocorra", acrescentou. Os defensores dos direitos humanos na Rússia lembraram nesta terça-feira as milhões de vítimas da repressão da era comunista, fuziladas, exiladas e mantidas prisioneiras nos gulags. Em Butovo, subúrbio de Moscou onde são mantidos em uma fossa comum os restos de cerca de 20.000 pessoas executadas no período stalinista, um ofício religioso foi celebrado nesta terça-feira na presença de centenas de pessoas, seguido pela leitura do nome das vítimas. Na segunda-feira, cerca de mil pessoas participaram em Moscou de uma cerimônia em memória das vítimas de Stalin na Praça Lubianka, diante da sede dos serviços secretos (FSB, ex-KGB), que também era na época a sede da polícia política. Nem o presidente russo, Vladimir Putin, nem Dmitri Medvedev participaram desses eventos. Em seu período como presidente (2008-2012), Dmitri Medvedev atacou o regime "totalitário" da URSS e os crimes "imperdoáveis" cometidos por Stalin, mas suas declarações não foram seguidas de avanços visíveis. O túmulo de Stalin está localizado aos pés do Kremlin, atrás do mausoléu de Lênin, diante da Praça Vermelha.