Jornal Estado de Minas

Sandy causa devastação e mortes

Obama declara desastre de "grandes proporções", pelo menos 48 pessoas morreram

O fenômeno perdeu força nas últimas horas e, agora, é considerado uma supertempestade extratropical.

Thais de Lima
“A tempestade ainda não acabou.” Assim o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, lembrou a população que os riscos de desastres provocados pela passagem do furacão Sandy pela Costa Leste do país ainda são iminentes. O fenômeno perdeu força nas últimas horas e, agora, é considerado uma supertempestade extratropical. “Há riscos de inundações, queda de energia e ventos fortes. Escutem as autoridades locais e sigam suas instruções”, advertiu o chefe de Estado, em visita à sede do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, em Washington. No dia seguinte à chegada de Sandy aos EUA, o saldo da destruição foi grande. Pelo menos 40 pessoas morreram e 8,2 milhões de moradores em 18 estados e na capital estavam sem energia elétrica até o fechamento desta edição. O prejuízo aos cofres norte-americanos oscilaria de US$ 30 bilhões a US$ 50 bilhões.
O governo decretou que Nova York e Nova Jersey são regiões de “grande desastre”, o que possibilita o envio de ajuda financeira imediata para as localidades mais atingidas. Long Island e New Hampshire, Connecticut, Delaware, Maryland, Massachusetts, Carolina do Norte, Pensilvânia, Vermont, Virgínia e Washington continuam em estado de emergência. Obama assegurou que fará tudo o que for preciso para lidar com “um drama que deixou os EUA de coração partido”. O presidente salientou que os governadores e prefeitos das localidades devastadas pela passagem da tempestade extratropical podem entrar em contato direto com ele, caso alguma entidade federal negue ajuda. “Telefonem para mim pessoalmente, na Casa Branca”, pediu.

A nação estava preparada para o pior desde o fim de semana, e o então furacão correspondeu à expectativa das autoridades. “Esperávamos uma tempestade de grandes proporções, e foi o que aconteceu. Foi devastadora, talvez a pior que já tenhamos visto”, assinalou ontem o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg. Ele informou que 18 pessoas morreram devido à passagem da supertempestade na megalópole. O governador do estado de Nova York, Andrew Cuomo, ficou surpreso com a destruição. “Não creio que palavras como catastrófico e histórico sejam muito fortes para explicar o impacto”, comentou. O governador de Nova Jersey, Chris Christie, por sua vez, classificou a devastação de “inimaginável”. Um dique se rompeu no condado de Bergen e levou a central nuclear de Oyster Creek, no condado de Ocean, a declarar estado de alerta.

No boletim emitido pelo Centro Nacional de Furacões dos EUA, às 17h de ontem, a tempestade estava na Região Sudoeste da Pensilvânia, com ventos máximos de 72 km/h. Ela se dirigia no sentido oeste a uma velocidade de 9,65 km/h. Sandy também afetou o Canadá, onde uma pessoa morreu e mais de 130 residências ficaram sem eletricidade devido à queda de cabos de energia e de árvores. Em sua passagem pelo Caribe, quando ainda era furacão, causou 67 mortes. Depois da passagem da tempestade, Nova York retomava seu funcionamento, embora quase 500 mil casas estivessem sem eletricidade e muitas áreas no Sul de Manhattan continuassem debaixo d’água, com o metrô e os túneis inundados. A Bolsa de Valores reabrirá hoje, após dois dias sem funcionar. O serviço de ônibus deve ser completamente retomado também hoje.