Americanos tentam retomar a rotina em meio aos resultados de uma das maiores catástrofes naturais da Costa Leste dos Estados Unidos. Autoridades e moradores informaram que linhas de ônibus em Nova York já circulam e a Bolsa de Valores de Wall Street voltou a operar, depois de ficar dois dias fechada – um fato considerado inédito desde 1888. Os aeroportos internacionais de Newark (Nova Jersey) e John F. Kennedy (Nova York) também reabriram, embora funcionem com limitação de voos. Além disso, casas de shows da Broadway e o Metropolitan Opera abriram suas portas. O transporte de barcas de Manhattan para Nova Jersey também foi reiniciado. Já os aeroportos de La Guardia e Teterboro, permaneceram fechados ontem. O metrô, que atende a 6 milhões de pessoas todos os dias, voltará a oferecer seus serviços hoje, ainda que de forma parcial. Em Nova Jersey, a região mais atingida, mais de 2 milhões de residências continuavam sem energia, enquanto que na Pensilvânia o número de pessoas afetadas pelo blecaute chegava a 850 mil.
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Americanos usam redes sociais para pedir doações após Sandy Sandy causa mudanças em procedimentos de votação nos EUASobe para 71 número de mortos por Sandy no Caribe; EUA registram 55 vítimasPapa reza pelas vítimas da supertempestade Sandy nos EUAConsulados do Brasil nos EUA estão em alerta por causa do Furacão SandyNova York se recupera após devastação de Sandy Organização iraniana oferece ajuda a cidades americanas atingidas por SandyAo relatar os momentos de tensão vividos em Manhattan durante a passagem do supertempestade, o brasileiro Rob Langhammer, de 38 anos, diretor de filmes e residente na cidade desde 2010, citou a dificuldade de transporte e a falta de água e de luz como principais problemas. “Algumas pessoas aqui de Manhattan estão caminhando mais de 60 quadras para trabalhar. Vários lugares sofreram danos elétricos. Ainda vai demorar um pouco para voltarmos à normalidade”, comentou. Segundo Pedro Contaifer, publicitário, de 23, sua universidade (Lehman College) está há três dias de portas fechadas. Já o empreendedor Radan Sousa, de 25, morador do Brooklyn, contou que teve que esperar mais um pouco para poder se mudar para o distrito financeiro próximo a Wall Street. “O prédio para o qual eu iria está com a entrada inundada, assim como o poço dos elevadores. Estou esperando uma definição para poder me mudar”, disse.
Sandy deixou os hospitais em uma situação comparável ao dos ataques terroristas de 11 de Setembro. Hospitais como o da Universidade de Nova York, o Mount Sinai (Manhattan) e o Coney Island (Brooklyn) tiveram de transferir seus pacientes por causa das enchentes nas suas instalações e dos cortes de energia. “Chegaram, de uma vez, mais de um paciente em estado crítico sem nenhum registro do seu estado e apenas com um par de documentos molhados e amassados”, relatou o médico Carlos Cordon-Cardo. Outros centros médicos, como Bellevue, também em Manhattan, tiveram seus porões inundados e precisaram trabalhar com geradores de emergência. “Esta é, talvez, a situação mais complexa que vivi em Nova York nos últimos 30 anos”, disse Cordon-Cardo.
Voos A reabertura parcial dos aeroportos JFK (Nova York) e Newark (Nova Jersey) não impediu o cancelamento de 12 voos que ligam São Paulo ou o Rio de Janeiro às duas cidades norte-americanas. Segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), já são 39 cancelamentos desde segunda-feira, quando a megalópole sentiu os primeiros efeitos da supertempestade. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), os passageiros cuja viagem foi cancelada têm o direito de remarcar outro voo ou de serem reembolsados com o valor integral da passagem, levando em consideração as taxas e as mesmas condições da aquisição dos bilhetes. As companhias aéreas devem assegurar o direito dos clientes de receberem assistência material, de acordo com o tempo de demora para o voo. A partir de uma hora de atraso, a empresa precisa facilitar a comunicação de seus clientes. Com duas horas ou mais, as companhias são obrigadas a fornecer alimentação. A partir de quatro horas, têm a responsabilidade de facilitar a acomodação ou o transporte aos passageiros que estiverem na localidade de residência.