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No entanto, em outras áreas de Nova York, quase 900.000 pessoas ainda não estavam abastecidas, declarou esta manhã, em entrevista coletiva, o governador do estado, Mario Cuomo, advertindo às companhias elétricas que terão que responder às autoridades por demoras posteriores.
Após a tempestade, veio o frio, castigando ainda mais as pessoas sem eletricidade e água quente, que precisaram recorrer a fogões a gás para se aquecer.
O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, afirmou que continuará sendo distribuído um milhão de refeições ao dia entre as 13 e as 17 horas locais em mais de uma dezena de postos de distribuição.
O governador Cuomo agradeceu a Obama a decisão de aumentar em 50% o valor dos cupons de alimentação distribuídos entre os mais necessitados, o que custará ao governo federal 65 milhões de dólares adicionais para compensar as pessoas pela comida perdida devido à falta de energia.
A três dias das eleições, o presidente Barack Obama afirmou que "ainda há um longo caminho a se percorrer até que a população de Nova Jersey, Connecticut, Nova York e algumas áreas vizinhas tenham suas necessidades básicas satisfeitas e retomem a rotina".
Em declarações feitas em Washington, Obama destacou que "é crucial que a energia elétrica seja restabelecida o quanto antes", antes de partir para o estado-chave de Ohio, onde as pesquisas lhe dão uma pequena vantagem sobre o republicano Mitt Romney, que, esta manhã, visitava New Hampshire.
Segundo analistas, o furacão permitiu a Obama mostrar liderança e recuperar o fôlego perdido para Romney, na reta final da campanha democrata.
No próximo dia 6, terça-feira, dia da eleição presidencial, a Guarda Nacional prevê transformar seus caminhões em postos de votação nas áreas onde ainda faltar eletricidade ou que tiverem sofrido sérios danos causados pela tempestade.
Em Nova Jersey, Nova York e Connecticut, os três estados mais afetados, Obama é favorito e os comentaristas não acreditam que Sandy mude os resultados.
Na manhã deste sábado, milhares de atletas de vários países, que haviam viajado a Nova York para participar da tradicional maratona da cidade, cancelada na última hora, corriam pelas trilhas do Central Park.
Quarenta e sete mil corredores de 125 países deveriam participar da maratona, que o prefeito da cidade, Michael Bloomberg, queria realizar até a manhã de sexta-feira, apesar dos contratempos. À tarde, ele teve que voltar atrás, diante da reação contrária dos nova-iorquinos, que ainda sofrem os efeitos da tempestade e estão de luto pelos 41 mortos registrados na cidade.
A situação que acirra mais os ânimos continua sendo a falta de gasolina, que provoca filas de duas a três horas nos postos e forçou alguns motoristas a abandonar seus carros com o tanque vazio, e taxistas ou distribuidoras a parar de trabalhar.
Cuomo anunciou que serão distribuídos 40 galões gratuitos de gasolina por pessoa em cinco pontos da cidade.
Em Nova Jersey, o governador republicano, Chris Christie, que, após a tempestade, derramou elogios a Obama, implantou um regime de racionamento em seu estado: veículos com placas terminando em números pares abastecem num dia, e ímpares, no dia seguinte.
Segundo o jornal local Star Ledger, 80% dos postos estão fechados por falta de gasolina no norte de Nova Jersey, estado mais castigado por Sandy.
A prefeitura de Nova York informou que um oleoduto danificado em Nova Jersey foi consertado, e o governador Cuomo informou que os navios-tanque retidos no porto de Nova York foram liberados, possibilitando a distribuição de 32 milhões de litros de gasolina e de outros 80 milhões em breve.
O governador Cuomo anunciou, ainda, que 80% do metrô de Nova York estaria funcionando na tarde deste sábado, aliviando a situação.
Mas o clima traz apreensão, uma vez que meteorologistas preveem novas perturbações na quarta e na quinta-feira na costa leste, quando o ar quente do Atlântico se chocar com uma frente fria que se instala no nordeste dos Estados Unidos. Nada parecido com Sandy, embora estejam previstos ventos de 80 km/h e fortes ondulações na costa devastada por Sandy.