O presidente da Bolívia, Evo Morales, tem um patrimônio de mais de 350.000 dólares e é um dos chefes de Estado "mais pobres" com relação a seus colegas da América Latina, afirmou este sábado a ministra de Comunicação, Amanda Dávila.
"É o presidente que menos ganha com relação aos países vizinhos, é um dos mais pobres da América Latina", afirmou Dávila, entrevistada pela rede governamental de mídia, em resposta a uma publicação na imprensa local sobre a suposta fortuna do presidente.
Morales, que quando criança foi criador de lhamas e jovem foi trompetista e camponês 'cocalero' (plantador de pés de coca), tem atualmente um patrimônio líquido de 2,7 milhões de bolivianos (pouco mais de US$ 350.000 dólares), revelou o jornal El Deber da cidade de Santa Cruz, que teve acesso à declaração de renda do presidente na controladoria.
Por lei, todos os funcionários públicos bolivianos devem fazer uma declaração de bens e rendimentos.
Segundo o jornal, o presidente, um indígena de esquerda, informou em 2006, ao chegar ao governo, um patrimônio de 779.000 bolivianos (US$ 111.900 dólares) que triplicou após sete anos no poder.
"Penso que o informe da controladoria é um informe correto, é público", afirmou a porta-voz do governo, explicando que "é um patrimônio que aumenta apenas pela valorização de seus bens".
Morales recebe salário mensal de 15.000 bolivianos (US$ 2.100 dólares) e sempre assegurou não ter outros rendimentos para marcar diferença com seus antecessores que, segundo ele, tinham gastos reservados que chegavam aos 10.000 dólares mensais.
A ministra Dávila citou o caso do presidente uruguaio, José Mujica, que decidiu doar parte de seu salário à ajuda social. Ela afirmou, ainda, que Morales também costuma doar dinheiro aos pobres, embora não tenha informado quando nem quanto.