A defesa do técnico de informática do Vaticano negou nesta segunda-feira, na primeira audiência do julgamento por cumplicidade no vazamento de documentos, que Claudio Sciarpelletti tivesse uma "amizade próxima" com o ex-mordomo do Papa Bento XVI, condenado em outubro pelo roubo de cartas confidenciais do pontífice.
"Não tinham uma relação estreita de amizade", declarou o advogado Gianluca Benedetti.
Ele disse que o cliente não via com frequência o ex-mordomo Paolo Gabriele, que cumpre uma condenação de 18 meses de prisão em uma cela do Vaticano pelo vazamento de documentos secretos de Bento XVI. O julgamento de Sciarpelletti, 48 anos, é o segundo processo judicial do escândalo Vatileaks. O técnico de informática trabalhava para a Secretaria de Estado do Vaticano.
O advogado disse que Sciarpelletti não queria obstruir a justiça e não era um amigo próximo de Gabriele, apenas se conheciam."Tudo surgiu por uma comunicação anônima de uma personalidade da Secretaria de Estado, que falou de contatos frequentes entre Gabriele e Sciarpelletti", disse Benedetti.
O advogado disse que Gabriele jamais pediu a Sciarpelletti que trabalhasse em seu computador pessoal durante os seis anos que trabalhou como mordomo do Papa. A segunda audiência do julgamento, provavelmente a última, acontecerá no próximo sábado.
O técnico pode ser condenado a até 12 meses de prisão.