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Estado de Minas ELEIÇÕES NOS EUA

Nova Jersey vai às urnas em meio ao caos deixado por Sandy

Americanos levantam cedo e enfrentam o frio em várias localidades da costa leste


postado em 06/11/2012 13:45 / atualizado em 06/11/2012 13:53

As funcionárias do local de votação montado na escola Toms River, em Nova Jersey, utilizam cobertores para se aquecer. O sistema de votação na escola é alimentado por geradores, uma vez que o fornecimento público de energia ainda não foi restabelecido.(foto: Andrew Burton/Getty Images/AFP)
As funcionárias do local de votação montado na escola Toms River, em Nova Jersey, utilizam cobertores para se aquecer. O sistema de votação na escola é alimentado por geradores, uma vez que o fornecimento público de energia ainda não foi restabelecido. (foto: Andrew Burton/Getty Images/AFP)

Eleitores impacientes de Nova Jersey faziam fila em meio aos escombros e ao lixo deixados pela supertempestade Sandy, enquanto responsáveis pela organização da eleição presidencial americana corriam para montar centros de votação improvisados a tempo.

Em Hoboken, localidade que fica do outro lado do rio Hudson de Nova York e que foi atingida pela tempestade da semana passada, um dos centros de votação improvisados abriu com 40 minutos de atraso, às 06h40 locais (09h40 de Brasília). Cerca de 60 pessoas esperaram na manhã congelante no local.

"Isto é inaceitável, estamos aqui desde as seis da manhã, e alguns de nós antes disso", disse Adora Agim, de 38 anos, um engenheiro de software que estava na fila.

"Ontem, quando eu liguei para o funcionário da cidade, me disseram para ir para o meu local de votação normal". Como instruído, ela foi para a escola designada, para encontrar apenas equipes de limpeza retirando escombros provenientes da tempestade e um pequeno aviso informando que ela deveria ir a um centro comunitário para idosos a dois quarteirões de distância.

Quando o centro alternativo finalmente abriu, um trabalhador voluntário saiu e disse à multidão revoltada: "Por favor, desculpem a aparência desse lugar, há dois dias estava sob dois pés de água". "Vocês estão muito atrasados", reclamou um eleitor.

Lixo e lama oleosa do dilúvio cobriam as calçadas fora do local de votação. Móveis, placas de reboco, sacos plásticos e itens espalhados, incluindo um DVD de Woody Allen, estavam empilhados.

Mas Agim, uma imigrante da Nigéria que apoia o presidente Barack Obama para a reeleição, afirmou que o caos não foi suficiente para impedi-la de votar. "Eu vivi em um país do terceiro mundo onde o seu voto não faz diferença", disse ela. "É bom estar em um lugar onde isso realmente importa".

John Margolis, um banqueiro de investimentos de 46 anos que apoia o republicano Mitt Romney, descobriu, ao entrar no centro de votação, que a urna eletrônica não estava funcionando. Ele recebeu a indicação para se juntar a uma outra fila e preencher uma cédula de papel. A fila estava muito longa, então ele decidiu voltar no fim do dia, talvez tempo suficiente para mudar de ideia sobre em quem votar.

"Fiscalmente estou 100% com Romney, ou eu estava até a semana passada", disse Margolis, que acrescentou ter ficado impressionado com a resposta do governo Obama à tempestade. "Tem sido uma longa semana em Hoboken, a energia elétrica só voltou ontem", afirmou.

Nova Jersey é um reduto democrata e não deve ter grande impacto no resultado da eleição presidencial. Mas a resposta do governo à tempestade pode ajudar eleitores indecisos em outros locais.

A parte norte de Nova Jersey, e particularmente Hoboken, sofreram danos generalizados causados pela supertempestade Sandy no dia 29 de outubro. Centenas de milhares de pessoas ficaram sem energia elétrica na terça-feira e a gasolina estava racionada em grande parte do estado.

O Sandy, que começou como um furacão mortal no Caribe, atingiu 15 estados dos Estados Unidos e deixou pelo menos 109 mortos no país e no Canadá, além de provocar perdas de bilhões de dólares em danos.

Outra eleitora de Hoboken a favor de Obama, Nicole Mancino, de 33 anos, disse que teve uma semana difícil e emocional. "Foi a primeira vez que vi membros da Guarda Nacional na minha rua", disse ela.

"Eu não tenho eletricidade, não tenho aquecimento. Toda a nossa quadra ainda não tem", afirmou. "Mas eu não dormi na noite passada porque esta eleição estava me preocupando. Os candidatos são tão opostos que você não tem desculpa para não votar".

De acordo com Mancino, o espírito de comunidade em Hoboken durante a inundação e a cooperação entre Obama e o governador republicano de Nova Jersey, Chris Christie, foram bons sinais em meio à escuridão. "Estou mais esperançosa depois disso, porque para todos os lugares que eu olhei há pessoas ajudando", afirmou.

Americanos levantam cedo e enfrentam o frio
Por toda a costa leste, os eleitores enfrentaram muito frio na escuridão da madrugada, enquanto faziam fila para finalizar uma das campanhas eleitorais mais caras e disputadas já realizadas. Mais de 100 pessoas já estavam esperando pacientemente na fila do centro comunitário Falls Church por mais de meia hora quando o local abriu as suas portas, precisamente às 6H locais (9h de Brasília).

"As urnas estão abertas! Podem entrar!", afirmou o responsável pelo centro de votação.

Este aviso lançado pelo equivalente a um árbitro iniciando uma partida ecoou por toda a costa leste, com centros de votação mais a oeste - em estados decisivos, como Ohio, que podem determinar o vencedor - esperando para iniciar a votação um pouco mais tarde.

Neste subúrbio de Washington, uma fita azul na calçada marcava a linha que os integrantes da campanha democrata e republicana não podiam atravessar para solicitar votos. Dois cães esperavam pacientemente sentados por seus proprietários, que foram cumprir com seu dever cívico.

O estado da Virgínia, que ajudou a colocar Obama na Casa Branca em 2008 depois de favorecer os republicanos por anos, é um dos estados chamados "campos de batalha", onde a disputa está tão apertada que pode afetar o resultado final nacional.

Cerca de 20 minutos após o início da votação, dezenas de eleitores foram observados por jornalistas da AFP esperando fora dos centros de votação na Virgínia, um sinal do entusiasmo provocado pela disputa entre Obama e Romney.

"Será uma participação maior do que o normal, com certeza", afirmou a integrante da equipe de Romney Chris Redder enquanto distribuía propagandas de seu candidato para eleitores que chegavam em Falls Church, indicando quais campos os republicanos deveriam assinalar.

"Eu considero esta uma eleição importante", disse. "São duas visões da América - mais responsabilidade pessoal versus governo mais intrusivo, e pró-vida versus o que eu chamaria de pró-aborto".

Se Obama for reeleito, afirmou Redder à AFP, suas políticas irão prejudicar o país de modo que levará anos para se recuperar. "Eu sei que vai ser uma disputa acirrada", acrescentou um eleitor idoso que, como muitos, preferiu não dar seu nome. "Eles aumentaram os locais (de votação), então eles devem ter percebido a mesma coisa", enfatizou.

Um funcionário municipal de meia-idade, que imigrou para os Estados Unidos há 14 anos vindo das Filipinas, apoia a reeleição de Obama, afirmando: "Se Romney perder, será por sua própria culpa". "O que aconteceu em 2008 está acontecendo agora", disse à AFP. "Há mais simpatizantes de Obama - e Romney não tem o seu tipo de organização".

Uma imigrante naturalizada do Japão, que já trabalhou na equipe de campanha republicana por três vezes e atualmente é empregada na indústria de software, e que não quis divulgar seu nome pelo que ela chamou de "um bom motivo", apoia Romney.

"Sou uma pessoa muito conservadora e gosto de suas políticas", disse. "Eu tendo a não gostar de um grande governo e de grandes gastos".

Nesta terça-feira, as primeiras cédulas de votação foram depositadas nas urnas pouco depois da meia-noite na aldeia de Dixville Notch, em New Hampshire, onde foram imediatamente contabilizadas. Pela primeira vez, ocorreu um empate: cinco votos para Obama, cinco para Romney.

Em Nova Jersey, um dos estados mais atingidos na semana passada pela supertempestade Sandy, as pessoas esperavam na fila, impacientes em meio aos escombros e ao lixo deixado pela tempestade.

Em Hoboken, um centro de votação improvisado sofreu um atraso de 40 minutos, provocando queixas das 60 pessoas que aguardavam na fila.

Quando as portas finalmente se abriram, um voluntário saiu e disse à multidão: "Desculpem a aparência deste lugar, há dois dias estava sob dois pés de água".


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