Uma autoridade iraniana afirmou nesta quarta-feira que a reeleição do presidente americano, Barack Obama, não facilita necessariamente uma normalização das relações entre Washington e Teerã, mas não fechou as portas para negociações diretas.
"Há quatro anos, Obama chegou (ao poder) com o lema da mudança e afirmou que estendia a mão ao Irã, mas na prática impôs as mais duras sanções", lembrou o chefe do poder judicial, o aiatolá Sadegh Larijani, em um comunicado que constitui a primeira reação oficial à reeleição do presidente americano.
"As relações com os Estados Unidos não são simples", disse Larijani, ligado ao Guia Supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei.
"Depois de tantas pressões e de crimes contra o povo iraniano, é impossível restabelecer estas relações em uma noite. Os americanos não devem pensar que podem conseguir concessões do povo iraniano sentando-se à mesa de negociações", acrescentou.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Ramin Mehmanparast, declarou que "a República Islâmica respeita o voto dos americanos", mas acrescentou que o "muro de desconfiança" só pode ser destruído "se o governo americano respeitar a vontade e os direitos do povo iraniano e mudar suas políticas errôneas do passado", segundo a agência Fars.
Os Estados Unidos e o Irã romperam relações diplomáticas depois da tomada de reféns na embaixada americana em Teerã, em novembro de 1979.