O presidente sírio, Bashar al-Assad, afirmou que apenas as urnas podem decidir seu futuro e advertiu que o país pode enfrentar uma longa guerra, em uma entrevista concedida a um canal de televisão russo.
Assad declarou ao Russia Today (RT) que o fato do presidente "ficar ou partir" é um "assunto do povo", que "só pode ser decidido nas urnas".
"Não é sobre o que escutamos. É sobre o que nós podemos tirar das urnas e as urnas vão dizer a qualquer presidente se ele fica ou parte, muito simples", afirmou o presidente em inglês na entrevista, gravada em Damasco.
Assad negou que a Síria passe por uma "guerra civil", mas afirmou que o conflito com os rebeldes pode virar "uma guerra de longa duração" caso os insurgentes continuem recebendo ajuda do exterior.
Assad descreveu como "sem precedentes" o apoio que, segundo ele, os rebeldes recebem do exterior em termos de armas, dinheiro e respaldo.
"Portanto, você deve esperar uma guerra dura e difícil. Você não pode esperar que um país pequeno como a Síria derrote todos estes países que estão lutando contra nós por meio de outras pessoas em alguns dias ou semanas".
Se o apoio externo aos rebeldes parasse, afirmou Assad, "posso dizer que em semanas acabaríamos com tudo".
"Mas enquanto houver um abastecimento contínuo de terroristas, armamentos, logística tudo o mais, será uma guerra de longo prazo".
Ao mesmo tempo, Assad negou que o país esteja em guerra civil, já que estes conflitos "devem ser baseados em problemas étnicos ou sectários".
"Existem divisões, mas divisão não significa guerra civil", completou.