Pela primeira vez desde 2004, uma delegação da Comissão Interamericana dos Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) avaliará a Colômbia no que se refere ao respeito e à preservação dos direitos humanos e de liberdades. A comissão independente, que já está em Bogotá, analisa se a Colômbia deve ser retirada da chamada “lista negra” do órgão, formada pelos países que violam os direitos humanos. No dia 7, a comissão deve fazer um balanço sobre a visita.
Ao longo desta semana, a delegação reúne-se com representantes da sociedade civil e autoridades para abordar temas como a justiça, reforma militar, o tratamento de vítimas e a situação de grupos discriminados, como mulheres, crianças, adolescentes, indígenas, homossexuais e transexuais.
O presidente da comissão é José de Jesús Orozco Henríquez. Ele conversou com o vice-presidente colombiano, Angelino Garzón, e representantes dos ministérios do Trabalho, da Saúde e Proteção Social, Cultura, Educação e Habitação. “O objetivo é analisar a situação dos direitos humanos na Colômbia, analisar os problemas e o que foi realizado”, disse Orozco.
A comissão deve se reunir ainda com representantes de organizações não governamentais, funcionários do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos na Colômbia, integrantes do Ministério da Defesa e parlamentares.
Em seu último relatório Defensoras e Defensores dos Direitos Humanos, publicado em março,a comissão concluiu que a Colômbia é um dos países da América Latina no qual as pessoas sofrem mais ameaças.
Farc tem 2,5 mil integrantes em prisões colombianas
O Instituto Nacional Penitenciário e Carcerário (Inpec) identificou 2.536 guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) mantidos em prisões no país. Relatório elaborado a pedido do governo do presidente Juan Manuel Santos informa ainda que há 376 presos ligados ao Exército de Libertação Nacional (ELN), considerado o segundo maior grupo guerrilheiro da Colômbia.
No documento, há informações também sobre 3.361 detidos por rebelião, conspiração e atividades relacionadas a esses crimes. O diretor do Inpec, general Gustavo Adolfo Ricaurte, disse que do total de presos cerca de 2 mil estão condenados e os demais aguardam decisão judicial.
A divulgação do relatório ocorre no momento em que o governo Santos negocia com as Farc e o ELN o fim dos conflitos na Colômbia. Há dois dias, o presidente admitiu que o acordo final deve ocorrer apenas dentro de um ano, em novembro de 2013. Desde outubro, os negociadores buscam consenso sobre os principais temas relativos ao acordo.
As Farc têm 48 anos de existência e são apontadas como o mais antigo grupo de guerrilha da América Latina. Segundo as autoridades, têm 9.200 combatentes. Autoridades de Cuba, da Venezuela, do Chile e da Noruega fazem a mediação do processo de paz.