A Assembleia Nacional (o Parlamento) da Venezuela aprovou neste domingo (9), por unanimidade, a permissão para que o presidente do país, Hugo Chávez, viaje a Cuba, onde será submetido a uma nova cirurgia para retirar um tumor maligno. Em discurso na noite de ontem (8), ele admitiu a gravidade de seu estado de saúde e a possibilidade de se afastar da Presidência do país.
Chávez entregou o pedido ao presidente do órgão legislativo, Diosdado Cabello, que convocou uma sessão extraordinária para analisar a permissão. A discussão foi feita com base no Artigo 235 da Constituição da Venezuela, que estabelece que a “ausência do território nacional por parte do presidente ou da presidenta da República requer autorização da Assembleia Nacional ou da Comissão Delegada, quando se prolongar por um prazo superior a cinco dias consecutivos”.
Na votação, Cabello enfatizou que “não se trata de um presidente que está pedindo para deixar suas funções. segue sendo presidente com suas atribuições”. “O que ele está pleiteando é uma permissão para sair do país ”, acrescentou.
Ao falar sobre o seu estado de saúde, o Hugo Chávez indicou o vice-presidente e ministro das Relações Exteriores, Nicolás Maduro, como seu sucessor, se algo lhe ocorrer. "Se, como diz a Constituição, ocorrer algo que me inabilite para continuar no comando da Presidência, seja para terminar os poucos dias restantes e, especialmente, para levar o novo período, (...) Nicolás Maduro deve concluir o período ", disse em cadeia nacional de rádio e televisão.
"Minha opinião firme, plena como a lua cheia, irrevogável absoluta, total, é que neste cenário que obrigaria a convocação de eleições presidenciais vocês o elejam como presidente", acrescentou. Reeleito em outubro, Chávez deve assumir o novo mandato em 10 de janeiro. Se ele não conseguir tomar posse, o país terá que realizar novas eleições.