A equipe médica que atende em Cuba o presidente venezuelano, Hugo Chávez, iniciou o "protocolo pré-operatório" para a intervenção cirúrgica que acontecerá nesta terça-feira por um câncer recorrente, informou o ministro venezuelano de Comunicação, Ernesto Villegas.
"O governo informa que a equipe médica que atende o comandante Hugo Chávez começou a cumprir o protocolo pré-operatório para a intervenção cirúrgica a qual se submeterá o líder da revolução bolivariana nesta terça-feira", disse o ministro ao ler um comunicado oficial em cadeia de transmissão obrigatória de rádio e televisão.
"A equipe médica manifestou seu otimismo sobre o êxito desta operação que faz parte do plano de tratamento seguido pelo comandante Hugo Chávez para a recuperação de sua saúde", disse Villegas.
Pouco antes, o presidente equatoriano, Rafael Correa, tinha dito que Chávez estava sendo submetido a uma "operação muito delicada" contra o câncer em Havana.
Chávez está sendo submetido "neste momento a uma cirurgia muito delicada", disse Correa ao iniciar com seu homólogo colombiano, Juan Manuel Santos, uma reunião de seus ministros na cidade limítrofe de Tulcán (150 km ao norte de Quito).
Chávez, de 58 anos, chegou, na manhã de segunda-feira a Havana para se submeter à quarta intervenção cirúrgica desde que foi detectado um câncer em junho de 2011.
Reeleito nas eleições de 7 de outubro, Chávez deve reassumir à Presidência no dia 10 de janeiro, mas antes de partir par Cuba nomeou o vice-presidente Nicolás Maduro seu herdeiro político para o caso de ficar impossibilitado.
"Está passando por um dos momentos mais duros de sua vida o querido amigo, colega e líder latino-americano, o comandante Hugo Chávez", acrescentou o chefe de Estado equatoriano, que na segunda-feira viajou à capital cubana para visitar Chávez.
"Realmente é um presidente histórico e espero que saia totalmente recuperado do problema de saúde que enfrenta", apontou Correa, que durante o ato pediu um "forte aplauso" para seu colega venezuelano.
Na noite de sábado, em uma mensagem de transmissão obrigatória para todas as televisões e rádios do país, Chávez anunciou sua recaída e uma nova "cirurgia imprescindível" na capital cubana.
O governo manteve absoluto sigilo a respeito dos detalhes do câncer de Chávez, do qual se tratou principalmente em Havana, afastado da imprensa nacional.
O presidente anunciou que Maduro assumiria a presidência temporária caso ficasse impossibilitado de voltar Presidência, até que fossem convocadas novas eleições, em que o vice-presidente e também chanceler seria o candidato governista.
Nunca antes, nem em outros momentos críticos de sua doença, o presidente tinha insinuado a possibilidade de um sucessor.
Chávez disse antes de sua partida que "delegava o alto comando político" a Maduro.
Desde que anunciou sua recaída, houve diversos atos e manifestações de solidariedade e apoio à saúde de Chávez, que no dia 7 de outubro foi reeleito para um terceiro período de seis anos.
Nesta terça-feira, foram celebradas missas em apoio ao presidente, em vários pontos do país.
Vários presidentes latino-americanos expressaram seu apoio, entre eles do presidente do México, Enrique Peña Nieto, e a presidente argentina, Cristina Kirchner..