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Estado de Minas ESTADOS UNIDOS

Senadora democrata promete apresentar projeto para regulamentar o comércio de armas de assalto


postado em 20/12/2012 00:12 / atualizado em 20/12/2012 06:48

Washington – Em um discurso na Casa Branca, cinco dias depois do massacre em uma escola primária em Connecticut, onde foram mortos 20 crianças e seis adultos, o presidente Barack Obama disse que apoia o direito dos cidadãos de ter armas, mas apenas dentro dos limites responsáveis, e que o país tem a “profunda obrigação de conter a violência armada”. Obama quer recuperar uma regulamentação contra armas de assalto adotada por Bill Clinton em 1994, mas que foi abolida 10 anos depois, na gestão do republicano George W. Bush.

Comovido pela tragédia de sexta-feira, ele pode até tentar ir mais longe. Obama tem demonstrado sua determinação em avançar na sensível questão da regulamentação das armas de fogo e nomeou ontem o vice-presidente, Joe Biden, como coordenador de um grupo de trabalho para formular propostas após o tiroteio da escola de Newtown. A nomeação de Biden para liderar um grupo de trabalho é a primeira iniciativa concreta nesse sentido. Esse grupo deve analisar como regulamentar a venda de fuzis de assalto e de carregadores de alta capacidade. Ele vai trabalhar também em políticas relacionadas à saúde mental e a violência na cultura popular.

A iniciativa de Obama já colhe frutos: a senadora democrata da Califórnia Dianne Feinstein anunciou que apresentará ao Congresso uma lei para proibir a venda de armas de assalto, uma iniciativa que Obama, recém-eleito Personalidade do Ano pela revista Time, “apoia ativamente”. A lei adota as linhas gerais da votada em 1994. Esse texto tinha vários defeitos, principalmente porque não era retroativo e permitia aos proprietários de armas semiautomáticas mantê-las. Apenas a fabricação e venda de novas armas foram proibidas. Também envolvia um número limitado de modelos. Mas, ainda assim, as associações consideram a lei responsável pela diminuição das mortes por armas de fogo.

A lista de armas proibidas pela proposta da senadora Feinstein inclui fuzis e pistolas semiautomáticas, e os carregadores com mais de 10 balas também foram proibidos – os de Adam Lanza, o atirador de Newtown, podiam conter muitos mais. De acordo com esse texto, que será apresentado no primeiro dia da próxima sessão do Congresso, em 3 de janeiro, por Feinstein, apenas as novas armas serão alvo da lei. O texto também isenta mais de 900 modelos utilizados para a caça ou fins desportivos, bem como armas antigas e manuais. No entanto, as chances de aprovação dessa lei dependem do apoio de muitos eleitos próximos do poderoso lobby das armas, a National Rifle Association (ARN), no Congresso, e principalmente dos líderes republicanos da Câmara, sem o apoio dos quais nenhum texto pode chegar à Câmara. Assim, as propostas de lei sobre as armas não avançam (foram 10 depositadas em dois anos) e acabam sendo regularmente enterradas.

LOBBY E o democrata Harry Reid, o homem forte do Senado como líder da maioria que controla a agenda da instituição, votou contra a renovação da lei sobre as armas de assalto em 2004. Sem ir muito mais longe, desta vez ele prometeu um “debate para ver como alterar as leis”. Famoso por ter conduzido uma campanha de publicidade em que usava uma espingarda, o senador Joe Manchin, por quem a ARN pediu votos, se posicionou a favor da reforma. “Eu nunca pensei que iria ver tal massacre em minha vida, com 20 crianças. Ele mudou o país para sempre”, disse.

O país é campeão mundial no número de armas em posse, com 270 milhões, assim como pela quantidade de armas por cidadão, 88,8 para cada 100 habitantes, segundo indica o Gunpolicy.org. Em 2009, mais de 9 mil pessoas faleceram baleadas, dos 15 mil homicídios registrados. Somente a Flórida chegou nesta semana à marca de 1 milhão de licenças ativas para porte de armas, de acordo com relatório do Departamento de Agricultura do estado. Quatro em cada cinco pessoas licenciadas são homens, mas há um aumento considerável de mulheres. A maioria das permissões, cerca de um terço, é solicitada por pessoas entre 51 e 65 anos.


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