A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, afirmou nessa quinta-feira que a onda de saques a supermercados ocorrida na semana passada é resultado de uma campanha para desestabilizar o governo orquestrada por sindicalistas e membros da oposição.
"Os saques são uma versão decadente e ruim do que ocorreu em 2001", disse a presidente em referência aos ataques a supermercados nos dias 19 e 20 passados e aos distúrbios que provocaram a queda do presidente Fernando de la Rúa.
Kirchner vinculou os ataques da semana passada a "setores políticos e sindicais" que querem derrubar o governo: "há uma cartilha para saques, violência e desestabilização que tem uma história e que inaugurou seu primeiro capítulo no final do governo do doutor (Raúl) Alfonsín".
O finado presidente Alfonsín (1983/89) liderou a transição democrática após o final da ditadura, mas teve que renunciar cinco meses antes do final do mandato devido à grave crise econômica.
A onda de saques começou na quinta-feira, em Bariloche, mas logo se alastrou pela periferia de Buenos Aires e por outras cidades da Argentina, matando quatro pessoas e deixando centenas de feridos.
"Os saques e a articulação dos setores políticos e sindicais com segmentos marginais nada tem a ver com a política ou o peronismo (...). A todos que não concordam com meu governo, peço que protestem em paz. Que formem um partido político e disputem eleições, mas não utilizem a marginalidade".
O governo acusa os líderes sindicais Hugo Moyano e Pablo Miceli de promover a onda de saques para desestabilizar a administração Kirchner.